Folha Técnica Procafé- Controle da ferrugem tardia em cafeeiros exige época de aplicação de fungicidas terminando mais tarde

Por: Rede Social do Café

Folha Técnica Procafé- Controle da ferrugem tardia em cafeeiros exige época de aplicação de fungicidas terminando mais tarde


 


J.B. Matiello, Gabriel R. Lacerda e Rodrigo N. Paiva- Engs Agrs Fundação Procafé

             A evolução da ferrugem em cafeeiros depende das condições climáticas e da susceptibilidade das plantas, esta muito afetada pela carga pendente das plantas. O período infectivo normal do fungo ocorre na época mais chuvosa e quente, entre novembro e abril.


            No controle químico da ferrugem , pela via foliar, têm usadas formulações fungicidas combinando triazóis mais estrobilurinas, em 2-3 aplicações no ciclo, buscando cobrir o período infectivo da doença. No entanto, nos últimos anos, por efeito de inverno mais quente e chuvoso, a infecção pela ferrugem tem ocorrido mais tardiamente. Especialmente em programas  com 2 aplicações foliares, iniciadas e terminadas mais cedo no período, tem ocorrido um maior nível final de infecção e desfolha das plantas, mesmo diante do controle praticado.


            Foi conduzido um ensaio, no ciclo 2013-14, na Fda Experimental, da Fundação Procafé, em Varginha, para estudar programas de épocas de controle da ferrugem, usando combinações de aplicações em épocas mais cedo, com outras intermediárias e mais tardias, visando alcançar níveis finais de infecção mais baixos.  Foi incluída, ainda, a modalidade de aplicação única em dose concentrada. A formulação usada foi do produto comercial Ópera.


            Os resultados da amostragem de ferrugem nos cafeeiros, sob efeito dos tratamentos, realizada em julho, no pico da infecção, encontram-se resumidos na tabela 1.


Tabela 1– Tratamentos do ensaio e infecção em cafeeiros, sob efeito de diferentes épocas de controle da ferrugem, em programas com o uso de formulação do fungicida Ópera(Eepoxiconazol +Piraclostrobina), Varginha-MG, 2014.


 


































Tratamentos


Infecção por ferrugem no pico da doença


        (% de fls. infectadas, em julho 2014)


Produtos e doses


     Épocas de          pulverização


1.Opera (1,5 l/ha)


10/dez. e 10/fev.


14,0 ab


2. Opera (1,0 l/ha)


10/dez., 10/fev. e 25/mar.


6,0 a


3. Opera (1,5 l/ha)


15/jan. e 25/mar.


2,4 a


4. Opera (3,5 l/ha)


15/jan.


27,6 b


5. Opera (3,5 l/ha)


25/fev.


8,0 a


Testemunha.


 –


62,0 c


 


                Por efeito da boa carga pendente e, apesar de ter ocorrido um veranico em jan-fev/14, a ferrugem evoluiu bastante nos cafeeiros da parcela testemunha, sem controle, atingindo, em julho de 2014, o nível de 62% de infecção. Nos tratados com Ópera, em diferentes épocas, o nível variou de 2,4 a 27,6 %, mostrando controle diferenciado.


            Verificou-se que as aplicações combinando épocas mais tardias da formulação fungicida foram mais eficientes na redução da infecção final da ferrugem, ou seja, diminuiram a evolução da ferrugem tardia. Quanto ao efeito da aplicação concentrada, ela foi efetiva quando usada numa época intermediária, que possibilitou reduzir, drasticamente, o inoculo e, assim, manteve residual adequado de controle da infecção final.


            Os resultados obtidos permitiram concluir que – a) A redução da infecção tardia da ferrugem é efetiva com uso de aplicações coincidindo mais tarde no ciclo infectivo da doença, ou usar 3 aplicações cobrindo todo o período. b)Um programa de 2 aplicações, na dose cheia, iniciando em meados de janeiro e a segunda em fins de março ou inicio de abril também se mostra adequado. b) Quando necessário, usando doses mais elevadas da formulação fungicida, o controle pode ser obtido, ainda, com aplicação única e em época intermediária do período infectivo.


 


 


 


 


Fundação Procafé

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