A divisão agrícola da FMC anunciou ontem a aquisição de duas famílias de fungicidas (agrotóxico usado no combate a ervas daninhas nas lavouras) e suas respectivas marcas junto à Bayer CropScience para comercialização fora da Europa, onde a multinacional alemã mantém os direitos sobre as marcas.
Com isso, a empresa de origem americana espera reforçar sua presença no mercado brasileiro de fungicidas, no qual atua há apenas três anos, assim como em culturas como café, frutas e hortaliças – um mercado estimado pela companhia em US$ 1 bilhão no Brasil. A FMC não revelou quanto pagou pelo negócio, tampouco a previsão de seu impacto sobre as vendas domésticas.
Segundo a empresa, os dois princípios ativos, o iprodione e o prochloraz, estão registrados em mais de 50 países e são aplicados também em lavouras como as de cereais, canola, soja, arroz, batatas, frutas e legumes.
As moléculas já não estão mais protegidas por patentes e podem, eventualmente, ser reproduzidas por outras companhias do setor. A vantagem em adquiri-las, afirma o diretor de marketing da FMC no Brasil, Walter Costa, é não ter de passar pelo processo de registro, que pode levar entre três e quatro anos.
Segundo ele, a compra faz parte de uma estratégia para acelerar o crescimento da companhia nos próximos anos. O executivo afirma que a FMC deverá lançar 42 novos produtos até 2015, ante apenas sete nos últimos quatro anos. “Temos a meta de dobrar o faturamento, para US$ 1,2 bilhão, nos próximos quatro anos”. Segundo Costa, novas aquisições de produto serão realizadas com o objetivo de complementar o portfólio da FMC.
Com uma receita de US$ 515 milhões em 2010, a FMC detém cerca de 7% do mercado brasileiro de defensivos, que deve movimentar quase US$ 8 bilhões neste ano. A meta é aumentar essa participação para até 11% em 2015.
A FMC é líder na venda de defensivos para cana-de-açúcar e algodão, mercados dos quais detém uma fatia de 27% e 21%, respectivamente. Cerca de dois terços da receita da companhia com agrotóxicos estão concentrados nos dois segmentos. “Queremos diversificar nosso portfólio, capturando oportunidades de crescimento onde ainda temos uma posição tímida”, afirma Costa.