Comentário Semanal – de 13 a 17 de janeiro de 2014
O Banco Mundial prevê que a economia global crescerá 3.2% em 2014, acima dos 3.0% estimados anteriormente. Os países “ricos” crescerão 2.2% e os em desenvolvimento 5.3%, oscilando da expectativa anterior de 2% e 5.6%, respectivamente.
As bolsas de valores europeias fecharam em altas na semana, enquanto nos Estados Unidos tiveram performances mistas.
Os principais índices de commodities ganharam entre 1.25% e 1.61%, ajudados pela subida do gás natural, níquel, algodão e alumínio, entre alguns outros. Os grandes perdedores foram o suco de laranja e o café, justamente as duas matérias primas que foram destaque de alta na semana retrasada.
O arábica em Nova Iorque até quarta-feira teve uma consolidação dentro da bandeira de alta, para depois quebrar o suporte e escorregar perdendo US$ 4.63 por saca. Londres mostrou mais força de recuperação, mas mesmo assim caiu US$ 1.92 a saca.
Os fundos de índice no período de rebalanceamento de suas carteiras compraram 4,329 contratos, líquidos, e aqueles que tinham se animado com uma alta mais forte em função destes participantes acabaram decepcionados.
A agência de notícias Reuters divulgou dados apontando que apenas 2 fundos que operam commodities ativamente (ou seja, que não ficam apenas comprados nos mercados) ganharam dinheiro em 2013, dentro de um grupo de 122 fundos que são monitorados. Como se vê não é verdade que os fundos sempre ganham em suas apostas.
As exportações brasileiras de café em Dezembro atingiram 2,8 milhões de sacas, acumulando no ano-calendário a terceira maior marca da história, 31,224,918 de sacas.
Os países produtores em geral foram muito bons vendedores no terminal nos últimos cinco dias, tanto na ICE como na LIFFE, reflexo de uma movimentação melhor do físico nas origens.
Também foi notado compras de torradores nos contratos futuros (na dúvida entre em qual estimativa de safra acreditar, é melhor garantir alguma cobertura adicional).
Os diferenciais para os cafés do Vietnã enfraqueceram entre 15 e 25 dólares por tonelada com a aproximação do ano novo lunar (TET), mas ao mesmo tempo compradores mostram que tem apetite para tomar o que aparece de ofertas.
O fechamento da semana e a falta de sequência da alta reforçam os argumentos dos baixistas que duvidam em uma queda de produção que consiga dar sustentação aos preços.
A moeda brasileira mais firme depois de novas intervenções do Banco Central e do aumento da SELIC, dá um pouco mais de espaço para que o mercado futuro possa subir antes de atingir o nível que poderia não valer a pena o exercício das 3 milhões de sacas de opções de venda. Qual é o ponto de equilíbrio? Depende dos diferenciais, mas deve estar ao redor de US$ 135 centavos por libra – que talvez mais certo apontar como o topo do novo intervalo de negociação – um pouco mais baixo do que escrevi no último comentário.
A semana é curta com o feriado na segunda-feira aqui do Martin Luther King.
Uma boa semana e muito bons negócios a todos.
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting