Fim da Secretaria da Agricultura de São Paulo gera críticas

8 de dezembro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

DCI – 05/12/14


Parlamentares da Comissão de Atividades Econômicas pretendem abordar o assunto durante a prestação de contas do segundo semestre, quando a titular da pasta irá à Assembleia


São Paulo – Os deputados estaduais querem ouvir a secretária da Agricultura de São Paulo, Mônika Bergamaschi, sobre a possível extinção da pasta. Ela deve comparecer à Assembleia Legislativa (Alesp) até o final do mês para a prestação de contas do segundo semestre.


A oposição organiza debate junto a três frentes parlamentares (Apoio a Extensão Rural, Defesa da Produção Orgânica e Desenvolvimento da Agroecologia e Reforma Agrária de Agricultura Familiar), além de sindicatos, associações e servidores públicos do setor para o próximo dia 16, data que pode coincidir com a ida da secretária Bergamaschi à Assembleia. Ela foi convidada para participar dos debates e prestar esclarecimentos.


O vice-presidente da Comissão de Atividades Econômicas, à qual a pasta é ligada, deputado José Bittencourt (PSD), acredita que o assunto será abordado durante a prestação de contas. “Evidentemente, a secretária será indagada sobre essa questão da extinção [da Secretaria] da Agricultura”, afirma o parlamentar.


“Até o final do ano ela deve comparecer na Comissão”, afirma. Bittencourt diz ainda não acreditar que “o governador, dada a importância desse setor, venha unir ou extinguir essa secretaria”.


Como vice-presidente da Comissão de Atividades Econômicas, Bittencourt avalia que “o governo terá que convencer não só as associações dos servidores vinculados [ao agronegócio], mas também as forças políticas”.


Para o deputado José Zico Prado (PT), há preocupação com a possibilidade de extinção da secretaria “dada a importância da Agricultura no País”. “A Secretaria da Agricultura é uma das mais importantes para o estado. O Agronegócio em São Paulo tem a maior produção de álcool, cana-de-açúcar e laranja. Então, é uma coisa que nós queremos saber”, diz ele.


Prado critica a possível extinção da pasta. “[Se confirmada], acho um desastre para o estado. É uma das secretarias da agricultura mais antigas do Brasil, que mais apresenta resultados no País. Deve-se injetar mais recursos e criar condições para a secretaria, e não extingui-la”, diz o político.


Governador


Em evento no último mês em Boituva, no interior de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin negou que cortaria a Secretaria da Agricultura.


“Nem sei de onde vêm esses boatos. A Secretaria da Agricultura é das mais antigas e importantes, e São Paulo é a terra do agronegócio”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo. Ele admitiu que “estamos avaliando reduzir uma ou outra [pasta], mas não a Agricultura”.


O corte de pastas seria uma estratégia do governador para se candidatar à Presidência em 2018. Com a redução de secretarias, Geraldo Alckmin poderia representar um nome com capacidade de reduzir o número de ministérios no governo federal.


Entidades de classe


Apesar da negativa do governador, entidades de classe criticaram publicamente a possibilidade de extinção da Agricultura. A Associação Paulista de Extensão Rural (Apaer) lançou nota e petição pela internet contrárias ao corte da secretaria estadual. Até ontem, 1909 pessoas haviam aderido ao movimento.


“Acreditamos, pelo contrário que esta Secretaria precisa da ampliação de seus recursos e do aumento e valorização de seus profissionais para melhorar o seu indispensável atendimento aos agricultores do estado de São Paulo, fonte de riqueza para a maior parte dos municípios paulistas”, afirmou o presidente da Apaer, Abelardo Gonçalves Pinto.


Também nesta quinta-feira, a Federação Interestadual dos Nutricionistas de São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco e Alagoas (Febran) criticou a presença de agrotóxico nos alimentos e o possível corte da pasta.


Os deputados Itamar Borges (PMDB), Bruno Covas (PSDB) e Hélio Nishimoto (PSDB) foram procurados pela reportagem, mas preferiram não falar sobre o assunto.


Também questionada, a assessoria de imprensa da Secretaria da Agricultura disse que não comentaria o assunto porque o governador não confirmou a extinção da pasta.

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