Fim a subsídios agrícolas

19 de dezembro de 2005 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: Bom dia Brasil

Em Hong Kong, do lado de fora, confrontos violentos entre a polícia e manifestantes. No plenário da OMC, uma promessa tímida: acabar com os subsídios à agricultura só em 2013. Reportagem: Sonia Bridi e Paulo Zero (Hong Kong)
Um acordo de última hora salvou do fracasso a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que terminou ontem. O texto final prevê o fim dos subsídios agrícolas, mas só em 2013. Foi uma semana tumultuada dentro e fora do plenário.

Uma batalha campal na rua, uma briga de negociadores lá dentro: a queda da barricada, as bombas de gás de, a maior explosão de violência em Hong Kong em 40 anos, com 140 pessoas feridas. Começou ao mesmo tempo em que os ministros sentaram para a última rodada de uma semana infrutífera. Eles foram noite adentro. Às 9h, negociadores saíram desanimados para encontrar um bairro inteiro isolado. Polícia e manifestantes foram vencidos pelo cansaço.

Do lado de fora, uma noite inteira de negociação deu resultado de manhã. Às 10h, em troca de café da manhã e água, os manifestantes começaram a se entregar à polícia pacificamente. Com 900 presos – a maioria agricultores coreanos -, a manifestação de domingo foi tranqüila. Lá dentro, o texto final da conferência só apareceu de tarde. O pacote de ajuda aos países pobres ficou aquém do esperado.

O mercado livre de cotas e taxas ficou determinado para 97% dos produtos, e não na totalidade. Os Estados Unidos concordaram em eliminar subsídios para exportação de algodão, que estava quebrando os produtores de países africanos, mas mantêm os subsídios internos.

Na questão que mais interessava ao Brasil, a União Européia conseguiu manter sua vontade: o fim dos subsídios às exportações de produtos agrícolas ficou para o fim de se 2013, em vez de 2010, como queria o Brasil. “O que está no documento é modesto, mas não significante” disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em entrevista à imprensa internacional.

“É modesto no sentido de que não temos todas as modalidades, não sabemos em quanto os subsídios vão ser cortados e não sabemos quanto acesso teremos no mercado dos países desenvolvidos”, afirmou o ministro. Sob esse aspecto, é modesto. O ministro, que foi um dos principais negociadores dessa conferência, não ficou para a cerimônia final.

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