Kátia Nunes
katian@rac.com.br
Doação de um milhão de livros infantis em todo o País, distribuição de kits que orientam o consumo consciente do carro e dos pneus e Projeto Oásis Educar que, junto com a comunidade, renova praças e parques do entorno de escolas estaduais de 25 bairros de Campinas. Com essas e outras ações a DPaschoal comemora seus 60 anos de fundação, aniversário que a empresa campineira aproveita para reforçar os princípios de sustentabilidade e responsabilidade social que permeiam a marca muitos anos antes dessas preocupações se tornarem uma tendência mundial.
Nos últimos dois anos, a empresa ampliou em 8% os investimentos em projetos e ações com base no tripé de responsabilidade social, ambiental e desenvolvimento econômico. Luís Norberto Pascoal assumiu a presidência da empresa quando tinha 23 anos e hoje, aos 62 anos, está à frente de 195 lojas em 115 cidades do Brasil. Mas a DPaschoal investe também em outras diretrizes: a empresa agrícola Daterra café, que cultiva e exporta um café mais que premiado, o condomínio empresarial Technopark, localizado no entroncamento das rodovias Anhanguera e Bandeirantes, o portal AutoZ, que comercializa acessórios para carros e a distribuidora de autopeças DPK.
Metrópole – Como a Fundação Educar atua na comunidade?
Luís Norberto Pascoal – A Fundação Educar, criada em 1989 para gerir os investimentos em educação da DPaschoal, distribuiu, em oito anos, 31 milhões de exemplares de livros por todo o Brasil dentro do projeto Leia Comigo! Este ano pretendemos doar um milhão de livros infantis só neste mês, como parte das comemorações de 60 anos da empresa. Para cumprir esse compromisso, foram selecionados os títulos mais solicitados que estão sendo destinados a escolas públicas. Mas não é para os exemplares ficarem na escola e, sim, levados pelos alunos para serem lidos em casa. Outra ação de comemoração é o Projeto Oásis Educar, lançado este mês. Em parceria com os jovens da Academia Educar – mais um projeto nosso que visa formar líderes juvenis na região onde se vive –, comunidades no entorno de escolas estaduais de 25 bairros de Campinas estão transformando e construindo praças, parques ou centros culturais nos finais de semana de julho. O Projeto Oásis Educar foi lançado em função do aniversário, mas sua atuação será permanente.
De que maneira a empresa contribui com o meio ambiente?
A DPaschoal sempre se preocupou com a destinação correta dos materiais usados. Todos os itens usados deixados nas lojas, a exemplo de pneus, amortecedores, baterias, óleo etc, são encaminhados para a empresa Mazzola, nossa parceira especializada em reciclagem que recolhe as sucatas de todas as lojas. No entanto, com o objetivo de aumentar o ciclo de vida dos pneus e peças automotivas, para, consequentemente, diminuir o descarte desses materiais, a empresa atua com o Programa Verde, que divulga, por meio de folhetos disponíveis em todas as unidades, informações que chamam a atenção para o consumo consciente. A publicação, que traz dicas para maior vida útil do carro, dos pneus e hábitos adequados à direção, integra o kit Pit Stop Verde, entregue gratuitamente aos clientes.
Como foi o início da DPaschoal?
Por conta de uma doença cardíaca, meu pai, Donato Paschoal, transferiu a administração do posto de gasolina, que fica em frente ao prédio da Prefeitura de Campinas, para outra pessoa. Quem passou a gerir o negócio não assumiu o segmento de pneus que, naquele tempo, só eram comercializados em postos de combustíveis. Meu pai decidiu sair vendendo os pneus de carro pelas ruas e, mais tarde, alugou uma casinha ao lado do fórum e trocava os pneus em frente, na rua. Em 1952 ele comprou um terreno na Avenida Campos Salles, onde hoje ainda funciona a primeira loja DPaschoal, inaugurada em 1954.
Venda exclusiva de pneus foi uma iniciativa pioneira que deu certo no Interior do Estado de São Paulo, não?
Deu sim. Em 1974, com meu pai já morto por problemas no coração, a companhia estava com 26 lojas, uma construtora e a divisão de produtos agrícolas Daterra, localizada em Itapetininga. Hoje, são 195 lojas DPaschoal em 115 cidades do Sul e Sudeste brasileiros e a Daterra possui diversos selos mundiais de qualidade.
Como um grupo que trabalha com café e acessórios para carros se dá bem, levando em conta que são ramos tão distintos?
Trabalhar com pneus foi uma questão de oportunidade, já o gosto por café está no sangue. Meus bisavós vindos da Itália plantavam café em Campinas. Quando inaugurou o Mercado Municipal, em 1908, meu avô, Miguel Paschoal, aos 19 anos, ganhou um espaço lá para vender o grão verde do café. Em 1919, ele saiu do Mercado e comprou um empório no Bonfim, que na calçada da frente tinha uma bomba de gasolina administrada por ele. Em 1937, minha avó Isolina morreu de hepatite e meu avô, que ficou sem comer de tristeza, morreu 20 dias depois. Meu pai Donato, aos 21 anos, assumiu o empório, que deu ênfase maior à bomba de gasolina e que acabou se transformando num posto da bandeira Esso. Ele trocou a administração desse posto pelo da Avenida Anchieta, que coordenou até descobrir seu problema cardíaco.
E como foi a retomada do café na família?
Foi em 1974, numa iniciativa do meu tio Waldemar e minha. Lançamos a Daterra Atividades Agrícolas já com a ideia de selecionar grãos de qualidade, de ter responsabilidade social e de ser autossustentável.
Que selos e certificações o café da Daterra já garantiu?
A Daterra é pioneira no cultivo de café sustentável de alta qualidade e alta escala no Brasil. Ela foi a primeira fazenda certificada pela Rainforest Alliance como produtora de um dos melhores cafés sustentáveis do mundo; é a única com o selo ISO 14001 e com a adequação ambiental através da ESALQ (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”). O café da Daterra contribuiu também para que a Cerveja Demoiselle, que leva café entre os ingredientes, fizesse a Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto, ganhar, na Alemanha, o 1º Prêmio Mundial de Cerveja Porter. O nosso café foi o único que a Colorado testou que não deixou um vestígio amargo na cerveja porter.
A que você atribui o sucesso da Daterra café?
A empresa investe sistematicamente em pesquisa e tecnologia há 22 anos e exporta 99% da sua produção. Inclusive a Rainha da Inglaterra adquire nosso café mensalmente. A fazenda também investe em programas de treinamento, gerenciamento e destinação correta de resíduos; identificação dos projetos sociais na comunidade; viveiros para produção de mudas nativas do cerrado e conservação dos recursos naturais, a exemplo de um programa de proteção à fauna com colaboradores da fazenda e tratamento da água.