A alta do fertilizante nos últimos três anos, por conta das variações cambiais, tem onerado em cerca de 60% os custos do insumo. “Nada na agricultura com essa taxa do dólar está sendo compensado. O maior problema nosso chama-se fertilizante”, afirmou o cafeicultor Marcelo Gomes, que produz na Fazenda São Francisco, em LEM, cerca de dez mil a 12 mil sacas de café por ano. O cafeicultor Marcelo Gomes investiu na lavoura há cinco anos, com vistas ao mercado externo. Ele destina cerca de 70% da produção para Europa e Estados Unidos. O presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Humberto Santa Cruz Filho, desabafou: “Eu não sei até quando a gente vai conseguir manter a produção”. A variação cambial já está provocando impacto negativo na colheita. Da previsão de 2,2 milhões de sacas de café, a produção baiana deve atingir cerca de 1,8 milhão de sacas. “A expectativa é que nós tenhamos, pelo menos, uma estabilidade de preços”, comentou o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Eduardo Salles. Ele afirma que a produção do estado é de 1,6 milhão de sacas anuais, enquanto o consumo interno oscila entre 600 mil e 800 mil sacas – o que torna a Bahia auto-suficiente. O estado possui três grandes pólos produtores de café – cerrado, planalto e atlântico sul – e participa com cerca de 5% da produção nacional.