Depois de um recuo de 20% nos preços, registrado nos últimos dois meses de 2008, os valores dos fertilizantes devem voltar a subir de 5% a 10% a partir de março. A previsão feita pelo Sindicato da Indústria de Fertilizantes do Rio Grande do Sul (Siargs) está atrelada aos efeitos da crise econômica internacional, que tem influenciado diretamente as taxas cambiais. “Até agora, esse pode ser considerado um dos principais reflexos da crise para o setor. Mas, mesmo com esse cenário de instabilidade, nos mantemos confiantes de que o mundo não deixará de consumir alimentos”, reforçou o presidente do Siargs, Torvaldo Marzolla. O executivo explica que a queda dos valores dos fertilizantes, registrada recentemente, deveu-se à baixa nos preços dos componentes nitrogenados, que entram na fórmula dos fertilizantes. “A redução dos preços do petróleo ajudou a diminuir os valores do nitrogênio, e houve um período em que os preços do fósforo e do potássio também caíram no mercado internacional”, explicou.
No que diz respeito à demanda, Marzolla afirma que a tendência é de que o setor se mantenha estável em termos de comercialização durante o ano de 2009, com um indicativo de vendas da ordem de 22,4 milhões de toneladas. Segundo o presidente, essa expectativa também se deve aos efeitos da crise, à queda dos preços das commodities e à precária disponibilidade de crédito aos produtores. “É preciso que o governo possa assegurar crédito real aos produtores, com menos burocracia.”
Em 2007, ano considerado recorde pelo setor, a demanda chegou a 24,6 milhões de toneladas de fertilizante. Os maiores compradores foram os produtores de Mato Grosso, São Paulo e Paraná.
No ano passado, a produção nacional de fertilizantes somou 8,8 milhões de toneladas, queda de 9,6% na comparação com o volume produzido em 2007, de 9,8 milhões de toneladas. O Brasil importa hoje 75% de sua demanda de fertilizantes e o Rio Grande do Sul, 100%. As importações também recuaram no ano: de 17,5 milhões de toneladas em 2007 para 15,3 milhões de toneladas no ano passado. A produção de calcário deve somar 22 milhões de toneladas em 2009.