Ferroviários pedem mais investimentos no setor

É de R$ 1 bilhão o valor estimado pelo consultor Roberto Silva Acevedo, da Coordenação-Geral Ferroviária do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), para a recuperação e a revitalização do transporte ferroviário no Brasil.

 







Otávio
Praxedes

Acevedo
(D) reclama das passagens de nível e das invasões de faixas de domínio.

É de R$ 1 bilhão o valor estimado pelo consultor Roberto Silva
Acevedo, da Coordenação-Geral Ferroviária do Departamento Nacional de
Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), para a recuperação e a revitalização do
transporte ferroviário no Brasil. “Sabemos que é um valor muito alto, mas ele
poderia ser aplicado a longo prazo. Cerca de R$ 400 milhões já resolveriam
inicialmente os problemas mais graves”, explicou o consultor, que participou de
audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Urbano para debater a situação
do transporte ferroviário no País.
Os dois principais problemas citados por
Acevedo e pelos demais participantes da audiência foram o estado físico das
passagens de nível (ponto em que passarelas, ruas ou estradas de rodagem cruzam
a linha férrea) e as invasões de faixas de domínio (ocupações irregulares das
vias férreas). Segundo o consultor, há 927 passagens de nível em estado crítico
no Brasil, que precisam de mais sinalização ou deveriam ser eliminadas.

as invasões, de acordo com o diretor-executivo da Associação Nacional de
Transporte Ferroviário (ANTF), Rodrigo Vilaça, chegariam a 824 em todo o País –
o que corresponde a cerca de 200 mil famílias que necessitam ser removidas para
áreas de maior segurança.

Recursos de empresas
Na opinião de
Vilaça, os dois problemas poderiam ser resolvidos em três anos. Para isso, ele
anunciou que vai entregar ainda neste ano aos ministros dos Transportes, Alfredo
Nascimento; das Cidades, Márcio Fortes; e da Casa Civil, Dilma Rousseff, um
programa baseado em recursos gerados pelas próprias empresas ferroviárias. Ele
avalia que 80% dos problemas poderão ser resolvidos com investimentos de R$ 762
milhões. Parte da solução estaria no apoio ao Programa Nacional de Segurança
Ferroviária em Áreas Urbanas (Pronurb), do Dnit, criado para beneficiar as
comunidades locais e revitalizar o sistema ferroviário.
O representante da
Brasil Ferrovias, Armando Lauer, disse que as invasões de faixas de domínio e as
passagens de nível com problemas de conservação fazem com que a velocidade dos
trens tenha de ser reduzida, o que traz prejuízos econômicos. Ele informou que,
nos casos de São Paulo e Mato Grosso, são necessários R$ 645 milhões e R$ 10
milhões, respectivamente, para resolver esses problemas.

Maior
participação

Para Roberto Acevedo, a pequena participação ferroviária na
matriz de transporte brasileiro precisa ser corrigida. O consultor do Dnit
afirmou que a ampliação da malha ferroviária vai diminuir os custos de
transporte no País, melhorar a relação importação/exportação e reduzir o Custo
Brasil.
Concordando com ele, o deputado Jaime Martins (PL-MG) lembrou que
grande parte das exportações brasileiras corresponde a produtos de baixo valor
agregado, como minérios e gêneros agrícolas, que dependem de transporte barato
para ter valor competitivo.

Segurança e Conit
No que se refere
à segurança, Rodrigo Vilaça citou a necessidade de aprovação de projeto que cria
a Polícia Ferroviária Nacional. Ele também defendeu a formação, pelo Ministério
dos Transportes, do Conselho Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Conit),
idealizado em 2001. Para Vilaça, o conselho é fundamental para que o Brasil
tenha um plano de transporte ferroviário para os próximos 20
anos.

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