FENICAFÉ: Tecnologia fez produção mais do que dobrar desde 1997

5 de março de 2015 | Sem comentários Comércio

A tecnologia fez a cafeicultura dar um salto em termos de produção sem que houvesse aumento de área cultivada de 1997 pra cá. A fundação do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento da Cafeicultura foi fundamental para o expressivo resultado, disse o gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, em entrevista durante a realização da Fenicafé 2015, evento que será encerrado hoje em Araguari, cerrado de Minas Gerais.

Até que ponto a escassez de água no Sudeste afeta a irrigação para a cafeicultura?
É um ponto crucial. Precisamos ficar atentos para fazer a melhor utilização da água na cafeicultura. A implicação dos períodos secos que tivemos em 2014 e no início de 2015 é a afetação da fisiologia do cafeeiro, pois a água serve para transportar os nutrientes no interior da planta. Com período prolongado de seca, falta água, aumenta o déficit hídrico e há menos água para que a planta possa fazer este trabalho. O período de enchimento dos frutos acaba sendo altamente prejudicado.

Qual é o papel da Embrapa no cenário da cafeicultura, área extremamente sensível a fatores climáticos e geográficos?
O papel primordial da Embrapa Café é o de coordenar o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento da Cafeicultura, onde temos dez instituições que foram consideradas as fundadoras desse consórcio, enquanto que temos hoje agregadas a isso 91 instituições. Trabalhamos em todas as áreas do conhecimento da cafeicultura. Este é o papel da Embrapa dentro do contexto. Com isso, queremos gerar tecnologia para melhorar o manejo, os tratos culturais, irrigação, utilização de materiais genéticos melhorados e etc.
O papel principal do Consórcio é dar gestão na administração das pesquisas. É um programa único no mundo, considerando que ele gira em torno de apenas uma cultura. Então isso faz com que a Embrapa Café se torne, digamos assim, porta voz das outras instituições para que possamos alavancar a cafeicultura.

Neste sentido, o produtor tem investido mais em tecnologia nos últimos anos?
Tem. Temos observado o seguinte. Vamos fazer uma comparação. Em 1997, quando foi criado o Consórcio, a área plantada de café em produção no Brasil era de 2,4 milhões de hectares. A produtividade média era de oito sacas por hectare, gerando uma produção em torno de 23 milhões de sacas. Passados 17 anos percebemos que a área plantada é praticamente a mesma. Hoje são 2,3 milhões de hectares em produção. A produtividade está em 25 sacas por hectare e a produção está entre 48 e 50 milhões de sacas. Isto tudo é reflexo da adoção de tecnologia. Esta tecnologia que é gerada por estas instituições é transferida aos setores de extensão rural e é levada posteriormente ao produtor. Nós podemos perceber que este crescimento, esta alavancagem, ocorreu com base fundamentada em cima de tecnologia. (Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) Agência SAFRAS)

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