FENICAFÉ: IRRIGAÇÃO DO BRASIL É A MAIS AVANÇADA DO MUNDO, DESTACA PROFESSOR

Por: Por Lessandro Carvalho, de Araguari/MG

SAFRAS (30) – “Nós somos no mundo os mais avançados em irrigação em
café.” A afirmação é do professor ajunto da Ufla (Universidade Federal de
Lavras), Luis Antônio Lima, que palestrou na Fenicafé 2006, que se realiza em
Araguari, Minas Gerais, de 29 a 31 de março. Ele destacou como o Brasil está a
frente de outros países na irrigação em café, apontando que o país tem de
investir na pesquisa, buscando uma boa produtividade com custos competitivos, de
modo que em outra crise de mercado, ou mesmo se o dólar cair a R$ 1,50, os
produtores consigam se manter.


Segundo ele, não há como mostrar que um método de irrigação é melhor que
outro, seja o gotejamento, o pivô, tripa ou outro sistema. Sobre a questão que
existe se o sul mineiro precisa ou não de irrigação, ou se pode ser mais
produtivo, Luis Antônio Lima mostrou uma pesquisa que mostra que sim. Em Lavras,
numa área com irrigação (pivô) elevou-se a produtividade de 24 sacas por hectare
para 45/49 sacas/ha, comprovando que vale a pena irrigar.


O professor destacou ao público, que lotou o salão onde estão sendo
realizadas as palestras, que é preciso se dosar a irrigação de acordo com a
evapotranspiração e regime de chuvas para se obter uma melhor produtividade. Ou
seja, não basta apenas implantar um bom sistema de irrigação, o manejo adequado
é fundamental. Também comentou sobre o manejo da irrigação do cafeeiro com o uso
do estresse hídrico controlado, para uniformidade da florada. Estudos têm
mostrado que a manutenção controlada do café sob certo estresse (ausência de
água) pode render boa produtividade na lavoura. O tema foi abordado em palestra
anterior “Uso do estresse hídrico na uniformidade da florada cafeeira” por
pesquisadores da Embrapa Cerrados.

Luis Antônio Lima mostrou certo ceticismo em
relação aos reais resultados de tal prática. Um produtor, no momento das
perguntas e comentários dos produtores na palestra do professor, manifestou ter
realizado o estresse hídrico com sucesso na produtividade em um talhão de sua
lavoura, destacando que pretende adotar esse manejo em todo o cafezal na próxima
safra.

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