Por Fábio Rübenich, de Araguari / MG (fabio@safras.com.br)
SAFRAS (18) – O mercado de café vinha em constante depressão nos seus preços e perspectivas até o início do ano de 2014, quando então quase que de forma súbita os seus fundamentos emergiram e passaram a reger o comportamento das cotações. O ano que seria de produção alta no Brasil passou a ser de muitas dúvidas e incertezas em relação ao potencial produtivo dos cafezais do principal player mundial.
Com cotações deprimidas há cerca de três anos, os cafeicultores brasileiros passaram a investir menos na lavoura. “Em muitas regiões onde a recomendação de adubação é de pelo menos 400 quilos por hectare de café, foram realizados no máximo entre 200 a 250 quilos de adubação. Assim, desde setembro do ano passado percebemos que haveria redução no potencial de produção brasileiro”, disse uma fonte ligada ao governo brasileiro nos bastidores da Fenicafé – maior Feira de Cafeicultura Irrigada do Brasil -, que preferiu não ser identificada.
A Fenicafé terá inicio as 10h desta terça-feira no Pica Pau Country Club, em Araguari, no Triângulo Mineiro, com presenças confirmadas do presidente do Conselho Nacional do Café (CNA), Silas Brasileiro, e ainda do diretor-executivo da Organização Internacional do Café, Robério Silva.
A falta de adubação e ainda das perdas de produtividade ocasionadas pela estiagem no Sudeste do Brasil entre os meses de janeiro e fevereiro irão provocar queda nas expectativas de produção do Brasil, agravadas agora pela infestação da broca principalmente nas regiões afetadas pela estiagem.
“Serão dois anos complicados para a cafeicultura. A falta de adubação adequada abriu espaço para a infestação da broca. Mas a declaração do estado de emergência em Minas Gerais deve permitir uma aplicação mais precisa dos defensivos a partir de setembro e novembro”, disse a fonte.
Fonte : Safras & Mercado