A 11ª edição da Femagri (Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas), promovida pela Cooxupé deve gerar negócios em torno de R$ 40 milhões.
Neste ano, cem expositores participam do evento, que vai até amanhã, sexta-feira (3). A abertura, que aconteceu ontem, quarta-feira (1º de fevereiro) recebeu a visita de 6.400 pessoas.
Na cerimônia de abertura, o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, disse que “na feira tem um cenário onde é possível encontrar sapato para todo pé”. Ele referiu-se à modalidade de negócios podendo ser pagas através de troca futura por café, para as compras realizadas durante o evento, e pagamento programado até o dia 31 de julho, com saca valendo R$ 465,00 cada ou com pagamento para 10 de setembro, com a saca no valor de R$ 456,00.
Carlos Paulino explicou que a feira deste ano tem ênfase na mecanização. “O ambiente da Femagri favorece que todo produtor se atualize sobre a modernidade do maquinário agrícola que está sendo mostrado, com preços muito mais acessíveis e financiamentos atrativos”, disse.
A feira também tem ênfase na sustentabilidade. “Todo produtor rural é mestre em conservação ambiental. Logo teremos aprovado o Código Florestal que deve dar segurança jurídica às atividades rurais”.
O presidente da Cooxupé também agradeceu aos produtores, “pois sem eles não haveria razão de ser da feira” e aos funcionários, que “sem a equipe da Cooxupé não seria possível a realização da Femagri”.
O presidente da Cooxupé fez um balanço das ações da cooperativa, dizendo que “2011 foi um ano glorioso. Foi um ano de recorde nas exportações e de faturamento. Em 23 de abril deste ano, a cooperativa completa 80 anos de atuação e 55 anos de atividades como Cooxupé e a feira faz parte das comemorações dessa grande data. A união dos pequenos criou escala para que a Cooxupé possa competir com grandes empresas nacionais e internacionais”, relacionou.
Carlos Paulino também fez uma avaliação sobre os preços do café neste momento: “O produtor passou por uma situação muito ruim por mais de dez anos, com os preços do café em torno de R$ 250,00. Estamos agora vivendo patamares entre R$ 470,00 e R$ 500,00, não é ideal, mas é um preço bom. Alguns que estão fora do mercado podem até dizer que subiu demais, mas não subiu. Se fizermos uma retrospectiva de 1994 para cá, a inflação deste período ficou em 247%, e o café subiu 150%. Caso suba mais, estará apenas fazendo a recomposição das perdas passadas. O mercado está equilibrado, está havendo equilíbrio entre produção e consumo, acredito que os fundamentos são positivos. A influência nisso pode vir da crise mundial, mas não temos condições de dizer como é vai que focar preço do café, devido a esses problemas internacionais.
O produtor
O primeiro dia da Femagri teve 6.400 visitantes. Quase que a totalidade desse número foi de produtores de Guaxupé e região, que chegaram de ônibus em caravanas de Alterosa, Monte Santo de Minas, Juruaia, Cabo Verde, entre outras.
O produtor de café de Cabo Verde, Galdino Norberto de Paula Neto, proprietário da Fazenda Fundão, estava na Femagri para comprar derriçadores de café. “Acho que vou comprar cinco máquinas derriçadoras para economizar um pouco na mão de obra e vou pagar com café. Esse tem que ser o caminho para o produtor conseguir que o custo da colheita seja um pouco mais baixo”, aconselha ele, que tem cinco empregados fixos em sua propriedade e que, em época de colheita, contrata de 15 a 18 pessoas, trabalhando com derriçadeiras.
Para Galdino o preço do café está bom, mas ainda não é o ideal. “Eu acho que a saca hoje deveria estar em R$ 700,00 para que o produtor pudesse sustentar sua família com o mínimo de dignidade.
Atrações
Neste ano a Femagri colocou à disposição do visitante algumas novidades. A cooperativa montou a “Fazendinha Cooxupé”, uma fazenda experimental em pequena escala, com mostra de todas as ações que requer uma lavoura de café real, com ênfase na granalização do produto e palestras explicativas sobre esse assunto.
Com o tema sustentabilidade, foram realizadas demonstrações de campo com plantio nas ruas de café de espécies de leguminosas e gramíneas, apresentada pelo pesquisador do IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná), Ademir Calegari. Segundo o pesquisador, essas espécies são mais adequadas para o manejo racional, proteção, melhoria e recuperação da fertilidade do solo, capazes conservar o solo, levando ao cafezal nutrientes importantes.
Também a marca de cosméticos feitos com café, Kapeh, está presentes na Femagri. A idealizadora e proprietária da marca, Vanessa Vilela Araújo. Farmacêutica de formação e produtora de café em Três Pontas, Vanessa contou ao Coffee Break que a Kapeh, que tem cerca de quatro anos de existência, começou com três produtos em sua linha e hoje tem mais de cem. Agora vai lançar suas lojas em sistema de franquia.
As mulheres de produtores que visitam a feira também têm seu momento no “Espaço Beleza”, onde elas ganham serviços de maquiagem, hidratação, manicure, entre outros.
Serviço
11ª FEMAGRI
Local: Av. Vereador Nelson Elias, 1.300 B – Bairro Japy, Guaxupé – MG / (próximo à Torrefação Cooxupé)
Horário de funcionamento: Das 9h às 18 horas
Entrada gratuita.
Até sexta-feira (03)
Coffee Break