Fogo atingiu a vegetação rasteira por volta das 10h, mas o foco foi contido rapidamente pelos homens do Corpo de Bombeiros
Rose Guglielminetti
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA
rose@rac.com.br
Considerado o maior centro experimental de café do País, a Fazenda Santa Elisa, de propriedade do Instituto Agronômico (IAC), às margens da Estrada dos Amarais, sofreu ontem um incêndio que durou cerca de uma hora e 30 minutos. O fogo, porém, atingiu apenas a vegetação rasteira e foi contido pelos homens do Corpo de Bombeiros próximos do cafezal.
O sargento Wanderley Correia de Lima disse que não era possível calcular a área atingida pelo incêndio. “O contorno é muito grande.” A causa do fogo também era incerta. “É um local de muita circulação de pessoas”, ponderou. A propriedade é toda cercada por alambrado, mas em alguns pontos há buracos na tela. Neste caso, uma simples bituca de cigarro pode originar uma ocorrência como essa.
O incêndio começou por volta das 10h e às 11h35 os quatro bombeiros já tinham controlado o foco. A fumaça também não chegou a prejudicar os motoristas que trafegavam pela Estrada dos Amarais. Os animais, como capivaras e pássaros, fugiram procurando um outro abrigo.
A Fazenda Santa Elisa abrange cerca de 700 hectares e é composta por áreas experimentais com culturas anuais e perenes, áreas de preservação com mata nativa, cerrado, várzea e cursos d’água, possuindo ainda represas e áreas por serem reflorestadas. A propriedade também tem gramados, jardins e a alameda de bambus, assim como as edificações onde ficam os laboratórios. Os recursos genéticos ali plantados, compostos por plantas econômicas, mostram-se como sendo o principal ponto de demanda ao público leigo.
A mata, tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) em 1991, é uma reserva florestal que abriga o centro de experiências do IAC. Possui no seu interior um nicho de rara beleza, que fornece informações fundamentais para a recuperação das áreas devastadas pela monocultura e outros fatores destrutivos da agricultura moderna. A mata é composta por aproximadamente uma centena de espécies de árvores, onde destacam-se os jequitibás branco e vermelho (alguns com mais de cem anos), as perobas, as canelas, os guaritás, os jacacatiás e as cássias, entre outras.
Existem também dezenas de espécies de aves e de mamíferos, além de diversas nascentes d’água que formam um riacho que corta a mata em toda a sua extensão.
Incidência
A pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Monitoramento por Satélite, em Campinas, Adriana Vieira de Camargo de Moraes, afirmou que a incidência de focos de queimadas este ano está abaixo do registrado em 2006. No Estado de São Paulo, foram registrados, em junho de 2007, 243 focos contra 607 verificados no mesmo período do ano anterior.
“O volume maior de chuva que caiu durante os primeiros meses do ano permitiu uma reserva hídrica maior no solo”, explicou. Segundo ela, em maio deste ano choveu na cidade 75 milímetros.
No mesmo período de 2006, essa média foi de 4 milímetros. A pesquisadora comentou que o estudo da instituição é voltada mais para as queimadas agrícolas. Entretanto, o mesmo cenário é verificado no ambiente urbano.