Fazenda em Jundiaí/Itatiba SP sedia Museu do Café e recebe 800 visitantes por mês

Por: Jornal de Jundiaí por Paula Mestrinel


 

Logo na entrada da Fazenda Nossa Senhora da Conceição um esquilo salta entre
os coqueiros à beira da estrada e diverte os visitantes que acabam de chegar. Se
tiver mais sorte, é possível avistar gaviões carcarás, além de borboletas de
espécies e cores raras. A trilha sonora natural do ambiente verde agrada aos
ouvidos e oferece tranquilidade. É exatamente neste cenário que os visitantes
fazem o turismo cultural – um percurso de 40 minutos recheado de informações e
história sobre o ciclo cafeeiro na região. No final, ninguém sai da fazenda sem
provar um cafezinho, claro.

Estas são algumas das atrações da fazenda construída em 1810 e que atualmente
recebe cerca de 800 visitantes por mês, apenas nos finais de semana. Ela está
instalada no bairro Mato Dentro e possui 34 alqueires.

O administrador do local, Antônio Sestini, conta que a fazenda foi adquirida
pelo Barão da Serra Negra, em 1860. A família do Barão teria sido responsável
por iniciar a produção do café dois anos depois. “Naquela época havia 350 mil
pés de café e muitos escravos. Até hoje preservamos o local que talvez fosse a
senzala e outras construções. Em 1890 foi adquirida mão-de-obra italiana e a
fazenda contava com pelo menos 30 colônias onde moravam cerca de 150 pessoas”,
conta.

Embora tenha sido adquirida pelo piracicabano Francisco José da Conceição – o
Barão da Serra Negra que recebeu esse título de Dom Pedro II, em 1871 – ele
mesmo não residiu na fazenda. “O Barão teve dez filhos e um deles morou aqui.
Era o José da Conceição”, acrescenta o administrador.

Até 1929, a cafeicultura e a criação de gado foram o carro-chefe da
propriedade particular. Com a crise do café no Brasil, em meados de 1930 teve
início a viticultura, que perdurou até 1960.

Nos dias de hoje, os 34 alqueires de terra contam com 5 mil pés de café,
vendidos apenas para os visitantes que conhecem o local.

Atrações – O Museu do Café é um dos roteiros do projeto de turismo cultural
desenvolvido por monitores. Dentro do museu, os visitantes percorrem duas salas
com exposição de fotos e um rico acervo da família Serra Negra, como a roupa de
núpcias usada pelo filho do Barão, José da Conceição. Utensílios agrícolas, mesa
de degustação de café e documentos históricos também fazem parte do acervo, que
ainda conta a história dos imigrantes.

“Recebemos cerca de 300 estudantes por semana, principalmente de Jundiaí, São
Paulo e Campinas. Também recebemos grupos de terceira idade e estrangeiros.
Nossa fazenda já serviu de cenário para a novela “A Deusa Vencida” (Rede
Bandeirantes, 1981) e para o curta-metragem “Crepúsculo de ódio” (1934)”, frisa
Sestini.

Aos sábados, domingos e feriados também é possível almoçar no local. O
Restaurante Dona Maria Helena começou a funcionar há 1 ano e o serviço a la
carte tem conquistado ainda mais visitantes à fazenda. Sempre a partir das
11h30, nos finais de semana, são feitos os passeios culturais monitorados. Cada
pessoa paga R$ 2. Para quem gosta de um pouco mais de aventura, também há
passeios a cavalo (R$ 5).

A Capela Nossa Senhora da Conceição, que faz parte da Paróquia Nossa Senhora
do Carmo (Jundiaí-Mirim) e foi construída na fazenda pelos italianos, reúne
dezenas de pessoas todos os domingos, quando são celebradas missas, às 10 horas.

Serviço:
A Fazenda Nossa Senhora Conceição fica na Rodovia Constâncio
Cintra, km 72,5, Mato Dentro. Para visitar o local durante a semana é preciso
agendar pelo telefone (11) 4535-1341. Aos domingos, o restaurante funciona das
11 às 16 horas. Mais informações na internet (www.fnsc.com.br ).

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