Falta de chuvas no Sudeste puxa alta no preço do café na bolsa americana

Jornal da Globo –  22/08/2014 01h39


Valor do café disparou na bolsa de Nova York com a falta de chuvas. Mercado já prevê que a próxima safra terá 10 milhões de sacas a menos.


Larissa Castro / Paraguaçu, MG


O preço do café disparou na bolsa de Nova York por causa da falta de chuva no Sudeste do Brasil, umas das principais regiões produtoras do mundo.


As folhas amareladas indicam que o pé de café não cresceu como deveria e as plantações mais novas foram as que mais sofreram.


“Se nós tivermos uma outra safra menor, o mercado vai ficar muito justo entre produção e demanda. Isso pode ocasionar maiores preços” aponta Archimedes Coli Neto, presidente do Centro de Comércio do Café de Minas Gerais.


O café arábica, colhido aqui no sul de minas gerais, é o mais valorizado no mercado, principalmente para a exportação. Mas a produção este ano está 15% menor em relação ao ano passado. E a preocupação agora é com o futuro porque os produtores ainda devem sentir os efeitos dessa estiagem na próxima safra, rm 2015.


Na bolsa de Nova York, o mercado já prevê que a próxima safra terá 10 milhões de sacas a menos. Essa quantidade menor do produto está tendo um impacto forte no preço. Só neste ano, o valor médio da saca subiu quase 70% e agora vale US$ 184.


Alguns produtores viram nessa alta do preço uma forma de compensar os prejuízos com a seca. Para o consumidor, o cafezinho já subiu 12%, bem acima da inflação. E, no ano que vem, a alta deve ser ainda maior.


“A prórpia carência de água vai fazer com que a produção que tenhamos no próximo ano seja muito menor. Consequentemente, a próxima safra vai ser muito mais problemática que essa. É o que pelo menos indica, se não tiver chuva nos próximos tempos”, analisa José Carlos de Lima, pesquisador de economia e agronegócios da USP (Universidade de São Paulo).


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