18/04/2013
O presidente da FAEMG, Roberto Simões, ouviu do governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Anastasia, na tarde desta quarta-feira (17), a promessa de apoio aos cafeicultores junto ao Governo Federal. O grupo, formado ainda por representantes de sindicatos de produtores e cooperativas de cafeicultores, busca a aprovação emergencial da revisão do preço mínimo da saca de café para R$ 340. Estacionado há três anos na marca dos R$ 261, o preço atual fica abaixo dos custos de produção.
O tema tem sido debatido fortemente nas últimas semanas pela FAEMG junto aos Ministérios da Fazenda e da Agricultura. O pedido dos cafeicultores mineiros é de que o novo mínimo seja aprovado pelo Conselho Monetário Nacional ainda esse mês, forçando reação urgente do mercado.
Segundo Roberto Simões, Anastasia – que há poucos dias já havia enviado ofício à Presidência solicitando a elevação do mínimo – prometeu reforçar a campanha mineira, fazendo novos contatos junto aos Ministérios da Agricultura e da Fazenda e a Casa Civil.
O governador contou ainda ao presidente da FAEMG que o tema foi assunto dominante durante seu encontro com a presidenta Dilma Roussef, na capital mineira, no começo da semana. Anastasia disse ter destacado à Dilma – por sugestão do próprio Roberto Simões – que a solução para a crise não representará gastos para a União, já que tudo o que o setor precisa é que o Governo sinalize garantias, fixando um mínimo condizente para que o mercado se ajuste. “A presidenta se mostrou muito sensível ao problema. Ela sabe da urgência da situação e da importância do café para toda a cadeia produtiva e a economia do nosso Estado e do Brasil. Uma crise do café em Minas Gerais não é apenas ruim, é trágica”, completou.
O presidente da FAEMG, Roberto Simões lembrou que não há razões técnicas que justifiquem a recorrente cotação do café em patamares tão baixos. “Não há altos estoques, nem queda de consumo. Pelo contrário, há notícias até de pragas e outros fatos resultando em queda da produção de concorrentes, tudo apontando para que os preços estivessem em alta no mercado”.
Assim, Simões reforçou a necessidade de uma decisão política de apoio ao setor sinalizando a garantia de compra, de forma a evitar a especulação e desvalorização do produto no mercado. “Viemos pedir ao Governador a força política do Estado. Até porque essa é uma questão que lhe interessa diretamente, já que o café é o segundo produto da renda mineira. Não podemos continuar forçando nossos cafeicultores a vender sua produção abaixo do custo”.
Propostas complementares
Durante o encontro entre FAEMG e o Governo Estadual, o presidente das Comissões de Café da Federação e da CNA, Breno Mesquita, também apresentou propostas do colegiado mineiro para impulsionar a atividade. Dentre elas estão o georreferenciamento da cafeicultura em todo o Estado, a concessão do crédito presumido para “alimentação” do Fecafé (Fundo Estadual de Café) e a renovação do parque cafeeiro, além de um programa de rotulagem do café e a fiscalização de qualidade dos produtos comercializados no estado.
O governador demonstrou interesse nas propostas e prometeu empenho na viabilização do maior número possível delas. Sobre o georreferenciamento, em especial, Anastasia reafirmou a importância do estudo, cuja realização já está prevista nos recursos do Fecafé. Propôs ainda encaminhar projeto de lei à Assembleia Legislativa regulamentando a questão da rotulagem, com informações ao consumidor de tipo e origem do grão. FAEMG e Secretaria de Estado de Agricultura trabalharão juntas na elaboração de um texto base para o projeto da Governadoria.
Fonte: FAEMG