7 de Novembro de 2009
Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma frase atribuída ao cientista alemão
Albert Einstein (1879-1955) resume a importância de preservar a cultura,
costumes, ritos e mitos de povos: “Além das aptidões e das qualidades herdadas,
é a tradição que faz de nós aquilo que somos.” Foi com essa intenção – preservar
a tradição – que um grupo de homens e mulheres do Vale do Rio Paraíba, em São
Paulo, documentou o jongo, uma dança de origem africana.
Manifestação cultural surgida nas senzalas das fazendas de café, o jongo
ainda é praticado em algumas comunidades, sobretudo na Região Sudeste. A
iniciativa para preservar o jongo foi um dos projetos vencedores de concurso que
integra o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, promovido pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Foram 11 os projetos premiados, e uma mostra com o resumo e vídeos de cada um
deles pode ser vista em exposição multimídia na Biblioteca Nacional de Brasília
até o dia 13 deste mês. Entre os projetos está o que documenta em vídeo todas as
etapas de produção da pintura tradicional Kene, praticada pelos índios
conhecidos como Kaxinawá que habitam a área fronteiriça entre o Brasil e o
Peru.
Sua pintura envolve canto, histórias, uma ordem de aprendizado, significados
e aplicações específicas para cada padrão e, tradicionalmente, é feita apenas
por mulheres casadas e ritualmente iniciadas. Para preservar a pintura Kene, o
documentário será distribuído nas escolas indígenas do Acre.
Os projetos premiados trazem também registros de manifestações musicais
indígenas, memórias de moradoras de Pirenópolis, em Goiás, e de documentação e
pesquisa sobre sistemas agrícolas do Rio Negro, no Amazonas.