25/02/2013
WLADIMIR D’ANDRADE E KELLEN MORAES
SÃO PAULO/AE
O contêiner está sendo visto pelos exportadores de commodities como alternativa aos navios graneleiros. O café já tem no contêiner o seu meio de exportação há anos e, nos últimos meses, açúcar, grãos e até ferro-gusa passaram a se utilizar desse modal. No caso da soja, por exemplo, o volume de grãos exportados por meio das caixas metálicas praticamente triplicou em apenas dois anos, de 470 TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) para 1.306 TEUs ao final de 2012, segundo dados da Maersk Line, uma das maiores empresas armadoras do mundo.
No último balanço financeiro da Santos Brasil, do quarto trimestre de 2012, a empresa creditou parte do crescimento de 6% nas operações com contêineres no Porto de Santos no ano às commodities. “Na medida que os navios ficam maiores o custo do frete do contêiner cai, o que facilita a migração do transporte a granel. Essa é uma tendência sem volta”, afirma o diretor comercial da companhia, Marcos Tourinho. Ele explica que a queda nos custos de exportação pode vir da eficiência nas operações de embarque e desembarque do contêiner – o Tecon, da Santos Brasil, chega a fazer 80 movimentos por hora -, assim como do menor desperdício no transporte da mercadoria.
Segundo avaliação do diretor de logística da Archer Daniels Midland (ADM) no Brasil, Ronaldo Soares, o mercado de contêiner para produtos agrícolas atende a cerca de 2 milhões de toneladas, frente aos 80 milhões de toneladas da modalidade a granel. “Há um grande potencial de crescimento no agronegócio”, avalia. Soares explica que o transporte por contêineres é uma alternativa oferecida pela companhia para complementar a modalidade a granel para clientes e destinos específicos.