Exportadores de café já começam a sentir os efeitos da crise mundial

8 de dezembro de 2008 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: 08/12/2008 16:12:08 - Informativo dos Portos

 
08/12/2008 16:12:08 – Informativo dos Portos
SÃO PAULO – O cenário favorável apontado pelos números de receita e volume das exportações de café em novembro faz parte do passado para quem atua no segmento. No mercado de café durante a primeira semana de dezembro, as cotações na Bolsa de Nova York caíram todos os dias. Em uma semana, os contratos para entrega em março de 2009, despencaram 1.015 pontos ou US$ 13,43 (R$ 33,84) por saca, fechando em US$ 103,20.


A reversão na tendência já era esperada por Guilherme Braga, presidente do Conselho Nacional dos Exportadores de café (Cecafé), mesmo com os números positivos divulgados pela entidade na última semana.


Segundo Braga, a partir de agora o mercado que caminhava num ritmo de recuperação consistente começa a se reverter. “O movimento não foi abrupto porque o café é vendido antecipadamente e os embarques de novembro correspondem a contratos firmados até agosto, e foi em setembro que os preços começaram a cair”, explica. De acordo com o presidente do Cecafé, o que foi apenas sinalizado no mês passado deve se acentuar a partir de dezembro.


O mês de novembro apresentou uma retração de 4,5% no preço médio da saca de café em comparação a outubro: de US$ 163 para US$ 156.


Numa análise semelhante, a Organização Internacional do café (OIC), divulgou na última sexta-feira um relatório informando que a média mensal de seu preço diário composto, em novembro, ficou em 107,88 centavos de dólar por libra peso, o menor nível desde agosto de 2007, uma queda de 0,40% frente ao valor médio de outubro (108,31 centavos de dólar por libra peso) e de 5,72% ante o mesmo período de 2007 (114,43 centavos de dólar por libra peso). “Desde o início da crise econômica mundial, em setembro, a média mensal do preço composto da Organização caiu quase 15%”, afirmou Nestor Osório, presidente da entidade.


Para Mariana Lima Veloso, trader da Veloso Trading Coffees o maior problema que o mercado apresenta hoje é a falta de liquidez. “Você vê hoje o mercado vazio de compradores. Às vezes, durante o dia, ocorrem pesquisas de preço, mas poucos negócios se confirmam e isso será pior no próximo ano”, avalia.


Apesar da pressão sobre os preços, os exportadores estão preocupados quanto a disponibilidade de café no mercado em 2009. “Como a oferta vai ser bem menor não há preocupação em relação à demanda, mas o giro será mais lento e talvez, para conseguir um preço menor, os compradores optem por um café de menor qualidade”, disse.


Os preços do café começaram a cair em novembro, e dezembro deverá ser de quedas maiores em razão da crise mundial. Em uma semana, houve redução de US$ 13,43 por saca.


Fonte: DCI


 
 

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Exportadores de café já começam a sentir os efeitos da crise mundial

Por: DCI

SÃO PAULO – O cenário favorável apontado pelos números de receita e volume das exportações de café em novembro faz parte do passado para quem atua no segmento. No mercado de café durante a primeira semana de dezembro, as cotações na Bolsa de Nova York caíram todos os dias. Em uma semana, os contratos para entrega em março de 2009, despencaram 1.015 pontos ou US$ 13,43 (R$ 33,84) por saca, fechando em US$ 103,20.


A reversão na tendência já era esperada por Guilherme Braga, presidente do Conselho Nacional dos Exportadores de Café (Cecafé), mesmo com os números positivos divulgados pela entidade na última semana.


Segundo Braga, a partir de agora o mercado que caminhava num ritmo de recuperação consistente começa a se reverter. “O movimento não foi abrupto porque o café é vendido antecipadamente e os embarques de novembro correspondem a contratos firmados até agosto, e foi em setembro que os preços começaram a cair”, explica. De acordo com o presidente do Cecafé, o que foi apenas sinalizado no mês passado deve se acentuar a partir de dezembro.


O mês de novembro apresentou uma retração de 4,5% no preço médio da saca de café em comparação a outubro: de US$ 163 para US$ 156.


Numa análise semelhante, a Organização Internacional do Café (OIC), divulgou na última sexta-feira um relatório informando que a média mensal de seu preço diário composto, em novembro, ficou em 107,88 centavos de dólar por libra peso, o menor nível desde agosto de 2007, uma queda de 0,40% frente ao valor médio de outubro (108,31 centavos de dólar por libra peso) e de 5,72% ante o mesmo período de 2007 (114,43 centavos de dólar por libra peso). “Desde o início da crise econômica mundial, em setembro, a média mensal do preço composto da Organização caiu quase 15%”, afirmou Nestor Osório, presidente da entidade.


Para Mariana Lima Veloso, trader da Veloso Trading Coffees o maior problema que o mercado apresenta hoje é a falta de liquidez. “Você vê hoje o mercado vazio de compradores. Às vezes, durante o dia, ocorrem pesquisas de preço, mas poucos negócios se confirmam e isso será pior no próximo ano”, avalia.


Apesar da pressão sobre os preços, os exportadores estão preocupados quanto a disponibilidade de café no mercado em 2009. “Como a oferta vai ser bem menor não há preocupação em relação à demanda, mas o giro será mais lento e talvez, para conseguir um preço menor, os compradores optem por um café de menor qualidade”, disse.


Priscila Machado


 

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