Mesmo com o dólar em patamares tão baixos quanto os de 2001, a previsão da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) é de que as exportações mineiras batam um novo recorde neste ano. Após a divulgação do acumulado dos últimos dez meses (US$ 10,924 bilhões), que já supera o total das vendas do ano passado, a projeção da entidade é de que 2005 termine com um acréscimo de 30% sobre 2004, totalizando US$ 13,1 bilhões exportados. Para 2006, a estimativa é de manutenção do crescimento, acima da média nacional, porém em taxas menores.
A principal preocupação, de acordo com a presidente do Conselho de Relações Econômicas Internacionais da entidade, Martha Teixeira Lassance, é com o câmbio, que começa a prejudicar pequenas e médias empresas e setores como têxtil e vestuário, calçados, metal-mecânico, entre outros. ‘As exportações continuam crescendo porque há um aquecimento grande do mercado internacional e, no caso de Minas, principalmente, por quatro blocos com excelente desempenho: minério, café, veículos e metalurgia. Mas não há mais oxigênio para manter patamares dos últimos dois anos’, destaca, reforçando que a questão está também ligada aos juros elevados.
O problema provocado pelo câmbio, segundo ela, já pode ser percebido através dos números das exportações e importações realizadas de janeiro a de setembro no Estado. O setor de máquinas de terraplanagem, por exemplo, mantém alta nas exportações (45,01%), mas sofre agora com a concorrência internacional, em função de um aumento de 120,51% nas importações do produto. O mesmo acontece com Vestuário e Artefatos, que registrou crescimento de apenas 0,66% nas exportações, enquanto as importações cresceram 83,50%. De outro lado, o destaque positivo ficou para Computadores e Acessórios, que registrou uma elevação de 349,24%, demonstrando um amadurecimento do setor.