10/10/2011 –
Samuel Rodrigues e Lyne Santos
Os embarques de café pelo Porto de Santos somaram US$ 4,99 bilhões (R$ 8,84 bilhões) entre janeiro e setembro. É a maior exportação da história do complexo neste período, em relação a outros anos. O crescimento foi de 76% frente aos nove primeiros meses de 2010.
O incremento nos valores embarcados foi maior em Santos do que no Brasil. O País mandou ao exterior US$ 6,1 bilhões do produto – 65,9% a mais que nos nove primeiros meses do ano passado. Os dados foram divulgados nesta sexta pelo Conselho dos Exportadores de café do Brasil (Cecafé).
O resultado positivo é garantido pelo preço do produto, que este ano está em alta. Ontem, a cotação da saca na Bolsa de Nova Iorque era de US$ 234,40, nas vendas para dezembro. Há um ano, o preço estava em US$ 190,00.
O prin cipal motivo para este aumento do preço é a alta demanda frente à baixa oferta. O cenário é consequência da quebra de safra em países também tradicionais na exportação, como a Colômbia. O Brasil, mesmo sendo o maior exportador do mundo, com 30% do volume comercializado, não consegue fazer frente aos pedidos.
Este fator, aliado a um aumento natural do consumo mundial, na casa dos 2% ao ano, garante a expansão contínua da comercialização da carga – e também uma certa pressão nos preços.
Setembro
O mês de setembro, em particular, foi o melhor do ano para as exportações. A receita foi de US$ 805 mil, contra os US$ 790 mil de agosto. Em relação a setembro do ano passado, o aumento foi de 38,8%.
Quantidade
Além dos valores, houve incremento também na quantidade de café exportada por Santos, porém de forma menos significativa. De acordo com o Cecafé, ao todo 18.551.086 sacas foram embarcadas pelos terminais santistas nos nove primeiros meses do ano. O resultado é 8,85% maior que o registrado em 2010 (17.042.014 sacas).
O Porto de Santos manteve, assim, o primeiro lugar nas exportações nacionais, com 76,7% de participação no período. Na sequência aparecem os complexos de Vitória (ES), com 15,5%, e Rio de Janeiro, com 5,8%. No ano passado, Santos respondeu por 74,3% dos embarques feitos pelo País.
O principal comprador do café brasileiro nos últimos nove meses foi novamente os Estados Unidos, com a aquisição de 5 milhões de sacas. Alemanha (4,6 milhões de sacas) e Itália (2 milhões) vêm logo atrás. Em quarto lugar está o Japão, com 1.785.511 sacas, seguida da Bélgica, com o total de 1.748.514.
Valor agregado
O café não processado continua sendo o grosso das exportações brasileiras. Entre janeiro e setembro, apenas 10% das cargas eram café solúvel, de alto valor agregado. O restante se dividiu entre arábica (81%) e robusta (9%).