Exportações de café recuaram para 2,9 milhões de saca em outubro queda de 9,5%

8 de novembro de 2012 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Com Folha de São Paulo, Valor Econômico

Mais queda
As exportações de café recuaram para 2,9 milhões de saca em outubro, 9,5% menos do que no mesmo mês do ano passado. As vendas no ano recuam 18% sobre as de 2011, segundo o Cecafé.


Especiais
Do total embarcado de janeiro a outubro deste ano, os cafés especiais representaram 16,2%. O preço médio dos arábicas diferenciados subiu 31% no período.


Divisão
A variedade arábica representou 83% das vendas. Quase 12% do total foi de café solúvel e 4,5%, robusta.
 


As exportações brasileiras totais de café (grão verde e industrializado) recuaram 9,5% em outubro ante o mesmo mês de 2011, totalizando 2,874 milhões de sacas, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Já a receita no período recuou 32,3%, para US$ 607,3 milhões. O preço médio do produto exportado em outubro foi de US$
211,28 por saca contra US$ 282,47 em outubro do ano passado.

Guilherme Braga, diretor-geral do Cecafé, afirma que os embarques retomam os níveis normais para o período, superando os atrasos ocorridos nos meses iniciais desta safra 2012/13 por conta das chuvas que retardaram o fluxo de entrada, além das dificuldades causadas pelas greves dos fiscais. Em função dos números apresentados até agora, é mantida a expectativa de exportar este ano entre 28,5 milhões e 29 milhões de sacas ante 33,5 milhões de sacas em 2011.

No acumulado do ano, os embarques totais de café somaram 22,494 milhões de sacas, queda de 18,1% sobre janeiro a outubro de 2011. A receita no período foi de US$ 5,159 bilhões ante US$ 7,048 bilhões de janeiro a outubro do ano passado, um recuo de 26,8%.

O diretor-geral do Cecafé acredita que as exportações no primeiro semestre do próximo ano serão maiores que as mais de 12 milhões de sacas embarcadas na primeira metade deste ano e podem atingir cerca de 15 milhões de sacas.

A expectativa vem da mudança de alguns fatores que vinham reduzindo a disponibilidade de café. A comercialização do grão por parte dos produtores neste segundo semestre estava menor, com o cafeicultor dosando as vendas à espera de melhores preços. Além disso, foi registrada uma menor procura por café arábica brasileiro em função da substituição por robusta, mais barato. Os torrefadores internacionais também não vinham às compras por falta de crédito em virtude da crise econômica em mercados importantes, como a Europa.

Mas Braga acredita que os torrefadores já retornaram às compras, com demanda de embarques rápidos. E o movimento de substituição de grãos arábicas por robusta também cessou. Esses fatores podem fazer com que os cafeicultores intensifiquem a comercialização neste fim de ano. “Acredito em aquecimento da demanda e não em vendas agressivas no primeiro semestre de
2013”, afirma Braga.

As vendas externas de café em novembro e dezembro devem repetir o bom volume registrado no mesmo intervalo do ano passado, em torno de 6,1 milhões de sacas, conforme Braga. Mesmo assim, os embarques este ano devem ser menores que em 2011. Os primeiros seis meses foram fracos diante da falta de mais produto para embarcar (as exportações eram do café ainda da safra 2011/12, de ciclo de baixa). E até setembro os embarques foram prejudicados pelo clima desfavorável na colheita, que reduziu a oferta do grão, além da greve de fiscais federais.



Fonte: Valor Econômico 08/11

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