“Os cafés especiais são a oportunidade de o Brasil subir de patamar, não ficando somente em commodities”, afirma Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé
21/01/16 – As exportações de cafés especiais vêm ano a ano ganhando terreno e atualmente já representam cerca de ¼ dos embarques totais do setor. A informação é do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), que divulgou nesta semana os resultados das vendas externas do segmento em 2015.
Segundo a entidade, as exportações de cafés especiais cresceram 11,7% no ano passado sobre o volume embarcado em 2014. Foram exportadas cerca de nove milhões de sacas de cafés especiais e a receita chegou à casa de US$ 1,8 bilhão.
Segundo Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, a demanda global por cafés especiais só cresce, tendo como gancho, obviamente, a melhor qualidade em si do produto, bem como, por exemplo, a busca do consumidor pelo atributo de um produto mais “sustentável”. “É um segmento em franca expansão”, reforça Heron, que acrescenta: “os cafés especiais são a oportunidade de o Brasil subir de patamar, não ficando somente em commodities”.
Mesmo custando para o consumidor entre 30 a 40% a mais que o tipo comum, os cafés especiais têm conquistado cada vez mais adeptos ao redor do globo. Na Europa, por exemplo, cerca de 60% do consumo já é atendido por cafés especiais.
De acordo com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês), também se observa a tendência de aumento no consumo doméstico de cafés especiais, em razão, do maior conhecimento da população sobre as qualidades e vantagens do consumo desse tipo de produto. E, dentro deste nicho de produtos especiais, o segmento de cápsulas e sachês, por exemplo, vem ganhando terreno velozmente, devido à grande agregação de valor e à alta rentabilidade que apresentam.
Estudo da Organização Internacional do Café (OIC) assinala que o consumo de café via estes novos formatos ainda representa uma pequena parcela do mercado brasileiro, embora se trate de um setor com elevado potencial de crescimento – cerca de 50% ao ano nos próximos anos, segundo estima a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).