As exportações brasileiras de café recuaram no primeiro quadrimestre, comparado a igual período de 2005. No entanto, os preços aquecidos no exterior ajudaram a suavizar a queda na receita. E, no ano, devem garantir aos produtores aumento na receita com embarques, segundo Guilherme Braga, diretor do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
“Os preços apontam tendência de sustentação, o que possibilitará ao setor ter uma receita maior que a do ano passado, mesmo exportando em menor volume.”
Para o ano civil, o Cecafé estima que as exportações atingirão 26 milhões de sacas – mesmo volume registrado em 2005. Em receita, a entidade prevê crescimento próximo a 10%, para US$ 3,1 bilhões. Na bolsa de Nova York, os contratos recuaram na sexta-feira, com vendas especulativas, e o contrato para julho recuou 130 pontos, para US$ 1,0825 por libra-peso.
Entre janeiro e abril, as exportações totais recuaram 16,4% em volume, para 7,468 milhões de sacas. Conforme Braga, a redução deveu-se à safra 16% menor em 2005/06, de 32,9 milhões de sacas. Para o ciclo 2006/07, a produção é estimada em 43 milhões de sacas.
Em receita, o recuo foi menor, de 2,4%, para US$ 905,45 milhões. Os embarques de café verde tiveram queda de 14,8%, para 6,685 milhões de sacas. Já as vendas do solúvel ao exterior recuaram 28,4%, para 783 mil sacas.
No acumulado da safra (iniciada em junho de 2005), os embarques totais recuaram 13,7%, para 20,382 milhões de sacas. Em receita, houve um crescimento de 14,9% no período, para US$ 2,39 bilhões. Braga disse que as exportações totais na safra 2005/06 devem ficar em 24 milhões de sacas, ante 26,2 milhões no ciclo anterior. CB