25/07/2011 – As cooperativas brasileiras bateram um novo recorde em exportações, fechando o período de janeiro a maio de 2011 com US$ 2,16 bilhões e crescimento de 30% em relação aos mesmos meses do ano anterior. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC).
O estudo indica que esse foi o maior resultado alcançado desde 2005. Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, os indicadores refletem uma série de fatores, mas, principalmente, o profissionalismo crescente da gestão dos negócios. “Nossa intenção é continuar oferecendo produtos e serviços de qualidade, claro, e com maior agregação de valor. A ideia é torná-los referência e, para isso, atuamos a partir de um trabalho de inteligência comercial que nos aponta, inclusive, novos mercados a serem explorados”, disse.
Ele ressalta também o papel do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). “O Sescoop tem sido um aliado, contribuindo para fortalecer a doutrina cooperativista com visão gerencial e estratégica dentro da necessidade mercadológica”, complementa o presidente da OCB.
Freitas também credita os números à época, que é de colheita, e a políticas do governo federal direcionadas ao setor cooperativista. “Com certeza, os recursos provenientes dos programas de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro) e de Capitalização de Cooperativas de Crédito (Procapcred) influíram nesse resultado. O Procap-Agro, por exemplo, pode ser contratado via integralização de cotas-partes, giro e saneamento financeiro”.
No que diz respeito às importações do segmento, foi registrada expansão de 11,4%, saindo de US$ 96,8 milhões em janeiro-maio de 2010 para US$ 107,9 milhões no mesmo período deste ano. A balança comercial também manteve o saldo positivo, contabilizando US$ 2,05 bilhões nesses cinco meses, com fechamento recorde, superando em 31,1% o valor de 2010, US$ 1,56 bilhão.
Produtos – Entre os principais produtos vendidos ao exterior, estão café, itens dos complexos soja, sucroalcooleiro, trigo e carnes de frango e de suíno. Na ordem, aparecem o café em grãos (com US$ 324,3 milhões, representando 15% do total exportado); soja em grãos (US$ 283,8 milhões e 13,1%); açúcar em bruto (US$ 255,6 milhões e 11,8%); açúcar refinado (US$ 239,6 milhões e 11,1%); trigo (US$ 219,5 milhões e 10,2%); farelo de soja (US$ 200,5 milhões e 9,3%); pedaços e miudezas de frango (US$ 193,3 milhões e 8,9%); etanol (US$ 121,2 milhões e 5,6%) e carne suína congelada (US$ 65,5 milhões e 3%).
Mercados – De janeiro a maio, o cooperativismo destinou seus produtos a 113 países, mantendo o comércio com mercados tradicionais e consolidando a relação com novos destinos. Entre estes, destacam-se Alemanha (vendas de US$ 242,3 milhões, representando 11,2% do total); China (US$ 239,1 milhões e 11,1%); Estados Unidos (US$ 175,4 milhões e 8,1%); Emirados Árabes (US$ 147,3 milhões e 6,8%); Países Baixos (US$ 125,1 milhões e 5,8%); Rússia (US$ 109,1 milhões e 5,1%); Argélia (US$ 107,7 milhões e 5%) e Japão (US$ 104,6 milhões e 4,8%).
Estados – Para chegar a esse resultado recorde, participaram da pauta de exportações 19 unidades da federação. O Paraná aparece em primeiro lugar nas vendas, com US$ 796,5 milhões e 36,8% de todas as negociações. Em seguida, estão São Paulo (US$ 590,3 milhões e 27,3%); Minas Gerais (US$ 321,7 milhões e 5,1%); Rio Grande do Sul (US$ 210,4 milhões e 9,7%); Santa Catarina (US$ 111 milhões e 5,1%) e Mato Grosso (US$ 43,7 milhões e 2%).