Nem tudo é boa notícia para Minas. As exportações do estado caíram 0,88% em abril na comparação com o mês de março, segundo as estatísticas de comércio exterior divulgadas ontem pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Na análise da média diária, a queda foi ainda maior: de 5,4%. No acumulado do ano, no entanto, o desempenho continua positivo. As vendas externas do estado somaram US$ 5, 52 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, um aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2005. As importações de Minas caíram 7,1% em relação a março, totalizando US$ 340 milhões.
Segundo Martha Lassance, presidente do Conselho de Relações Econômicas Internacionais da Fiemg, a queda nas vendas nacionais de produtos básicos e semimanufaturados no mês de maio, que tiveram redução de 7,2% e 8,2 %, respectivamente, confirmam a tendência declinante das exportações. A queda de preços de produtos de peso na pauta de exportações brasileiras, como a soja e o café, também contribuíram para a redução das exportações de Minas. “Estamos vendo agora o reflexo da desvalorização do dólar nas exportações mineiras”, aponta Alexandre de Brito Santos, consultor do Centro Internacional de Negócios da Fiemg. “A tendência não é positiva.
Até o fim do ano, esperamos um aumento nas exportações de apenas 3% a 5% em relação a 2005, sendo que o saldo brasileiro e mineiro deve cair de 12% a 15% na comparação como ano passado”, alerta. Ele observa que os indicadores de emprego e exportações são discrepantes porque apresentam uma defasagem entre si. “Mas se continuar esse quadro, a tendência é de não crescer ou estabilizar o nível de emprego na indústria mineira”, diz. Uma das grandes razões é a queda das exportações do setor metalúrgico, que teve queda de 10% em abril e tem peso de 30% nas vendas externas do estado. Nesse segmento, as exportações de ferro-gusa caíram 56%, aço bruto 15% e fio-máquina 14%. Os maiores crescimentos ocorreram nos setores de máquinas e equipamentos (69%) e material de transportes (48%). (KM)