Pelo segundo mês seguido, greve na alfândega do Porto de Santos prejudica resultados, que poderiam ter sido ainda melhores
As exportações de café brasileiro em setembro de 2016 foram de 2.503.212 sacas, de acordo com o relatório mensal produzido pelo Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. O resultado é reflexo do segundo mês consecutivo da greve alfandegária no Porto de Santos, que impacta diretamente no liberação dos certificados de exportações emitidos no período.
De acordo com o Cecafé, levando em consideração os certificados emitidos e ainda não liberados por conta da greve, as exportações brasileiras de café em setembro de 2016 saltariam dos 2,5 milhões de sacas para aproximadamente 3 milhões. Algo semelhante ao que ocorreu no mês passado (agosto), quando a entidade registrou 3.010.351 milhões de sacas exportadas, ante os 2.692.282 divulgados oficialmente.
“Temos convicção de que é algo pontual. Assim que tudo for regularizado, os números serão atualizados, refletindo a normalidade registrada em agosto e mantendo o crescimento contínuo conquistado pela eficiência e a sustentabilidade de nossos processos produtivos, que resultam em um café cada vez mais qualificado e interessante para o consumidor no mundo todo”, afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.
Do total de exportações no mês de setembro de 2016 (base no número oficial contabilizando somente os certificados liberados pela alfândega – 2.5 milhões de sacas), o destaque foi para os cafés industrializados (torrado e solúvel) – 302.295 sacas – que cresceram 7,7% em relação a setembro de 2015.
Os cafés verdes mantiveram a liderança das exportações – 2.170.431 sacas de arábica e 30.486 de robusta -, porém, com queda de 24,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Todo esse volume foi responsável por uma receita cambial de US$ 409.496 milhões.
O total exportado de janeiro até setembro de 2016 computou 23.771.674 sacas, com receita de US$ 3.591,9 milhões. Já a soma dos últimos 12 meses (out/2015 até set/2016) registrou 34.050.737, com total de receita de US$ 5.140,9 milhões. O acumulado dos primeiros três meses do ano safra (jul2016 a set 2017) atingiu 7.483.824 de sacas.
Principais destinos
Os principais destinos do café exportado pelo Brasil continuam sendo, pela ordem, Estados Unidos, com 4.614.791 sacas no período de janeiro a setembro de 2016, Alemanha (4.242.018 sacas), Itália (1.991.431) e Japão (1.773.106). No acumulado do ano civil (janeiro a setembro de 2016), 120 países consumiram o café brasileiro.
Cafés diferenciados
Em relação às exportações de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, por exemplo), em setembro de 2016 foram 359.250 sacas embarcadas.
No acumulado de janeiro a setembro de 2016, os cafés diferenciados representaram 18.6% dos embarques, com um total de 4.430.844 sacas, alcançando preços médios de US$ 189,95, aproximadamente 16% superiores à média total do café exportado.
Os 10 maiores países importadores de cafés diferenciados brasileiros representam 81,3% dos embarques. Os EUA continuam sendo o maior comprador deste tipo de café, com uma fatia de 21% do total de exportações – 910.037 sacas no período. Japão, com 14% (628.692 sacas) fica em segundo, seguido pela Alemanha com 12% (519.434 sacas).
Preços
O preço médio registrado em setembro de 2016 foi de US$ 163,59, com alta aproximada de 1.8% em relação ao mês anterior (US$ 160,62).
Portos
O Porto de Santos segue como principal via de escoamento da safra para o exterior, com 84,1% (19.987.480 sacas embarcadas) de participação no acumulado entre janeiro e setembro de 2016.
O relatório completo está disponível no site do Cecafé: http://www.cecafe.com.br/.
Fonte: Cecafé