Mesmo com o dólar baixo, Goiás exportou US$ 1,572 bilhão de janeiro a maio deste ano, 25,5% mais que no mesmo período de 2009
ECONOMIA
08/06/2010
As exportações goianas já superaram o desempenho recorde registrado nos cinco primeiros meses de 2008, antes do início da crise financeira mundial. Em maio, Goiás exportou US$ 427,936 milhões, 25,5% mais que no mesmo período de 2009, apesar das reclamações dos exportadores por causa da baixa cotação do dólar. Com isso, as exportações goianas somam US$ 1,572 bilhão de janeiro a maio deste ano, 6,2% mais que o recorde de US$ 1,480 registrado no mesmo período de 2008.
O bom desempenho foi garantido pelo aumento das exportações de soja, que chegaram a US$ 231,6 milhões, ou 54,13% de tudo que o Estado exportou em maio, já que o produto está em plena safra. As carnes também continuam com presença forte na pauta goiana de exportações, que também passou a incluir preparações alimentícias com maior destaque.
O secretário de Indústria e Comércio, Luiz Medeiros, explica que isso é resultado do crescimento da produção de embutidos no Estado, que passou a abrigar novas indústrias com alta qualidade.
Segundo ele, a diversificação das exportações goianas também é confirmada pela venda de veículos enviados para a América Latina, café e até pães e biscoitos de queijo. \”Em breve, deveremos estar exportando mais comida preparada\”, prevê o secretário, que acredita que as vendas externas devem continuar crescendo nos próximos meses. Por isso, ele mantém a expectativa de fechar este ano com mais de US$ 4 bilhões em exportações pelo Estado.
A China voltou a ser o principal comprador dos produtos goianos, com 33,7% do total, principalmente a soja. Recentemente, o Estado passou a enfrentar alguns problemas de negociação com a venda de carne para a Rússia. O secretário explica que o país teria reclamado de problemas como o excesso de gordura no produto enviado, provavelmente na tentativa de obter preços mais baixos. \”Daí a importância das missões comerciais, que possibilitam uma negociação direta com o comprador\”, destaca Luiz Medeiros.
Goiás ficou com um saldo positivo de US$ 80,2 bilhões na balança comercial em maio. O secretário prevê um saldo ainda maior nos próximos meses, já que a colheita de soja continuará acelerada e o setor mineral também deve aumentar sua presença na pauta de exportações. Em maio, os minérios de cobre foram o terceiro produto mais exportado pelo Estado. Os países que mais compraram os produtos goianos foram a China, Países Baixos (Holanda) e Espanha.
\”O dólar não deve cair mais do que já está e pode até se valorizar um pouco, mas não deixa de atrapalhar as exportações, porque o consumo interno está muito aquecido\”, avalia Luiz Medeiros. Ele lembra que as vendas de um país para o mercado externo precisam ter uma constância e regularidade para conquistar a confiança e a fidelidade dos compradores pelo mundo.
Importações Já as importações goianas somaram US$ 347,7 milhões em maio, um crescimento de 76,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Por causa do dólar favorável, as empresas goianas importaram US$ 1,588 bilhão nos cinco primeiros meses deste ano, um volume 72,6% maior que no mesmo período de 2009.
Elas aproveitam o câmbio favorável para comprar matérias-primas que atendam ao aumento da demanda interna e modernizarem seus parques industriais. Em maio, Goiás importou mais veículos automóveis, tratores e partes, produtos farmacêuticos, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e adubos e fertilizantes. Esses produtos vieram, principalmente, da Coréia do Sul, Estados Unidos, Japão e Tailândia.