São Paulo – A exportação mundial de café apresentou queda de 10,4% em julho passado, em comparação com o mesmo mês de 2010. Foram embarcadas 7,35 milhões de sacas de 60 quilos ante 8,20 milhões de sacas em 2010. A informação foi divulgada ontem pela Organização Internacional do Café (OIC). Entretanto, a exportação mundial nos dez primeiros meses do ano cafeeiro 2010/11 (outubro de 2010 a julho de 2011) apresentou elevação de cerca de 14,1%, para 88,9 milhões de sacas, em comparação com perto de 77,9 milhões de sacas no período anterior.
Nos últimos 12 meses, encerrados em julho de 2011, a exportação de café arábica totalizou 67,7 milhões de sacas, em comparação com volume de 60 milhões de sacas no período anterior. O embarque de robusta no período foi de 37,2 milhões de sacas, em comparação com 32,5 milhões de sacas.
Em alta
Os preços do café robusta poderão cair no próximo ano por conta de seus amplos estoques, mesmo diante da expectativa de que as cotações do café arábica permaneçam firmes por sua oferta ajustada, disse o diretor-executivo da OIC, José Sette.
De modo geral, a oferta de café atenderá a demanda, mas a produção da nova safra pode variar muito entre os tipos de café, uma vez que o Brasil, líder na exportação, está em um ano de baixa do ciclo bianual, disse Sette à Reuters. “Eu acredito que nós estamos em um estado de aproximação no balanço entre oferta e demanda. Algumas variedades podem ficar ajustadas, mas eu estou falando de um cenário geral”, disse Sette por telefone do Brasil no sábado. A OIC estima a produção global de café em 130 milhões de sacas de 60 quilos em 2011/2012, abaixo da última colheita estimada em 133,31 milhões de sacas. Falando antes da conferência de café na capital da Nicarágua, Manágua, que acontece nesta segunda, Sette disse: “Este é um movimento natural de alta e baixa, porque o Brasil tem um ciclo de alta e de baixa. [O ciclo] 2011/ 2012 é um ano de baixa, então é natural que a safra seja menor”.
A produção menor que o normal na Colômbia, um líder mundial no segmento de arábica lavado, empurrou os preços para a máxima de 34 anos no início de maio. Mas a melhora da Colômbia está pressionando por um recuo. “Ainda é cedo para dizer o quanto, mas a Colômbia definitivamente está mostrando uma recuperação dos severos problemas que enfrentou nos últimos anos”, disse ele.
Os preços do contrato referência do café arábica em Nova York mais que dobraram ante o nível de dois anos atrás, mas ainda estão voláteis, caindo cerca de 20% desde o pico testado em maio. Apesar dos altos preços, a demanda por café é “saudável” na maior parte das nações consumidoras.