SÃO PAULO – As exportações de café em setembro alcançaram um total de 2.915.110 sacas, para uma receita de US$ 485.223 milhões. Este montante mostra uma variação positiva, tanto em relação ao volume quanto da receita. Em relação a setembro de 2007, houve um aumento de 29,8% no volume de sacas, enquanto o crescimento referente à receita foi de 58,6%. No acumulado janeiro/setembro, o país vendeu 19.994.016 sacas do produto, para uma receita de US$ 3.259.544, que se compara com um volume de 20..406.391 sacas, e receita de US$ 2.733.654 no mesmo período do ano anterior. Nos últimos doze meses (out07/set08), o Brasil vendeu 27.702.923 sacas de café, para uma receita de US$ 4.394.047.
Os números foram divulgados ontem pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Segundo o diretor-geral, Guilherme Braga, os volumes exportados em setembro foram bons, refletindo a normalização dos fluxos de comercialização da safra que neste ano tiveram atrasos em razão das floradas tardias. “As projeções anteriores de exportação, de 27 milhões de sacas no ano/calendário 2008, permanecem sem alterações”.
Quanto aos principais compradores, quatro primeiros continuam sendo Alemanha, com 3.280.316 sacas adquiridas entre janeiro e setembro; EUA, com 3.093.296 sacas; Itália, com 1.915.488 sacas; e Bélgica, com 1.569.376 sacas de café.
Segundo Braga, a crise financeira que afeta os mercados de commodities não deve atingir as exportações de café até o final do ano, pois a maior parte dos contratos futuros já está fechado até dezembro.
“Até dezembro não será haverá interrupção no fluxo de exportação de café, mas se a crise se estender, será difícil manter o padrão dos embarques, uma vez que os contratos para janeiro e fevereiro começam a ser fechados em outubro”, disse.
Para Braga, o recuo no crédito pode afetar a produção no País. Para evitar um colapso, o executivo diz que o governo terá que alocar recursos para garantir a produção e as exportações.
Quanto ao mercado comprador do café brasileiro, o executivo afirma que, da mesma forma que o governo brasileiro deve alocar recursos para manter as exportações e a produção, os governos compradores do café, como a Alemanha, devem garantir a indústria local para evitar a quebra das empresas.
“Pode haver uma acomodação do mercado comprador alemão, mas o governo terá que manter a atividade econômica do país com um mecanismo para manter a atividade industrial”, finaliza.
Ana Paula Quintela