31/10/2013
O programa de recuperação da cafeicultura colombiana começa a dar resultado, aponta a federação dos produtores. A safra será de 10 milhões de sacas neste ano.
O aumento de safra não garantiu, no entanto, o mesmo poder de fogo de exportação dos anos anteriores. Nos meses de setembro de 2007 e de 2008, as exportações da Colômbia superaram em 12% a produção. O país ainda tinha estoques para queimar.
Em setembro de 2012 e de 2013, apesar do aumento da safra, as vendas externas são 13% inferiores ao volume produzido nesses meses. O país ainda tem de formar um estoque interno confortável.
A produção de setembro subiu para 860 mil sacas, 66% mais do que em igual mês de 2012.
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Preocupação As empresas que atuam na biotecnologia no Brasil estão preocupadas com o desenvolvimento do setor. O país, pela importância agrícola que tem, poderia ser um grande polo gerador e exportador dessa tecnologia.
Falta comando Uma das falhas é a falta de pessoal qualificado em todas as áreas, principalmente na de avaliação e de negociações externas desses produtos gerados internamente. Isso passa não só pelo governo, como também pelo setor privado.
Fim das médias Com isso, há uma necessidade muito grande de investimentos das empresas em todos os passos que são dados, gerando as maiores dificuldades principalmente para as companhias médias e pequenas.
Esforço conjunto Mas o problema de negociações externas não é só dos brasileiros. Começa um movimento entre Brasil, EUA e outros produtores para uma abertura rápida dos caminhos externos após a colocação no mercado de novos produtos.
Ainda bem abaixo Apesar do aumento de safra de café anunciado pelos cafeicultores da Colômbia, o país ainda tem muito espaço para percorrer antes de recuperar o patamar de exportação para os Estados Unidos.
Perdas Os norte-americanos lideram as compras do produto colombiano. Há cinco anos compravam o correspondente a 4,2 milhões de sacas de café. No ano passado, as importações do produto colombiano se limitaram a 2,9 milhões de sacas.
Nos devidos lugares A Copersucar vai resolver bem os problemas gerados pelo incêndio em suas instalações de Santos, acredita o mercado. Por isso, os preços voltaram a cair, avalia Arnaldo Corrêa, da Archer Consulting.
Bem abaixo Os preços futuros das commodities negociadas em Chicago estão bem abaixo dos praticados há um ano. A possibilidade de recomposição dos estoques faz o milho cair 42%; o trigo, 21%, e a soja, 16%. Em Nova York, a liderança é do café, com menos 32%.
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Agrícolas pesam menos na inflação, aponta a FGV
Os produtos agropecuários tiveram participação menor na inflação deste mês. Os preços desse setor tiveram alta de 0,49% no Índice de Preços por Atacado, abaixo dos 2,97% de setembro.
Entre as quedas no estágio inicial de produção estiveram soja em grãos, aves e leite “in natura”. Os dados são do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) da FGV.
Os produtos agrícolas, após uma forte participação na inflação no início do ano, quando a taxa acumulada em 12 meses chegou a 16,78%, perderam força no segundo semestre.
A taxa acumulada em 12 meses permanece negativa desde agosto, mas já começa a perder ritmo e deverá ter evolução positiva nos próximos meses.
vaivém
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma mais de 38 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária.