09/07/2014
Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON
Exportação de café cresce 16% no 1º semestre
As exportações de café atingiram o recorde de 17,5 milhões de sacas no primeiro semestre, 16% mais do que em igual período de 2013.
O ponto negativo é que a venda de café torrado e moído recuou 16% nesse mesmo período, para apenas o correspondente a 11 mil sacas.
Já as vendas externas de café verde subiram 18%. As de café do tipo robusta aumentaram 111%, somando 1,18 milhão de sacas, enquanto as do tipo arábica cresceram 14%, atingindo 14,61 milhões de sacas.
Essa aceleração nas vendas de café robusta ocorre devido às duas boas safras recentes obtidas pelo Brasil e a um retorno maior do arábica na industrialização do café, segundo Guilherme Braga, do Cecafé (Conselho dos Exportadores de café do Brasil).
As receitas, em queda no final do ano passado, voltaram a subir, somando US$ 2,9 bilhões de janeiro a junho, 4% mais do que em igual período de 2013.
O preço da saca, que esteve em queda até janeiro, melhorou neste ano e atingiu média de US$ 165 no semestre, mas ainda 10% menos do que em igual período de 2013. Deve ficar entre US$ 170 e US$ 180 no segundo semestre, acredita Braga.
O mês de junho se caracteriza pelo encerramento da safra 2013/14. O país colocou 34 milhões de sacas de café no mercado externo no período de julho de 2013 a junho deste ano.
A Europa foi o principal destino do café brasileiro no primeiro semestre. Os países do continente ficaram com 54% das exportações nacionais, com destaque para a Alemanha, cujas compras somaram 3,4 milhões de sacas.
Um dos pontos fracos do comércio exterior brasileiro de café neste ano foi o Japão. O país asiático reduziu em 18% as importações, adquirindo apenas 1,1 milhão de sacas no semestre. “É sazonal, e a tendência é que haja uma recuperação nas compras do país”, diz Braga.
O destaque positivo foi o aumento de 3.145% nas compras mexicanas, devido à redução de safra deles.
As exportações brasileiras crescem, mas a Colômbia está de volta ao mercado externo com maior força. “Vieram para ficar porque a renovação dos cafezais permitiu um ganho de produtividade. O problema deles são os custos, muito elevados”, diz Braga.