09/02/2013
Maior produtor e exportador mundial de café, o país vende a maior parte da safra para o Exterior para, mais tarde, importar o grão processado em cápsulas
Produtor de cerca de 50 milhões de sacas de café por ano, o Brasil registrou um aumento de 3,09% no consumo da bebida no mercado interno no ano passado. Segundo representantes do setor, a posição de principal produtor e exportador mundial de café ocupada pelo país ainda não está ameaçada, mesmo com o crescimento significativo do Vietnã. O desafio agora, no entanto, é investir na exportação do café processado.
O objetivo é começar a enviar o grão para indústrias brasileiras e, somente após passar pelo processo de industrialização, vender o produto para o Exterior, gerando, assim, um lucro maior para o país. Hoje, um volume de 20 milhões das sacas de café produzidas em terras brasileiras fica no país. Até 2014, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) espera que pelo menos mais um milhão de sacas deixe de sair do Brasil a cada ano. Os outros 30 milhões são enviados para quase todo o mundo.
O crescimento do consumo interno de café reflete o aumento do poder aquisitivo do brasileiro e revela que, cada vez mais, o mercado se volta para a especialização. Prova disso é a queda nas vendas de café solúvel e o aumento da procura por opções diferenciados da bebida.
Nesse novo cenário, porém, ocupar o posto de maior produtor de café acaba não beneficiando muito os próprios brasileiros. Nos últimos anos, os fãs de café têm investido mais em equipamentos domésticos de processamento de café torrado e moído, que custam cada vez menos.
Para fazer o café nessas máquinas, no entanto, é preciso importar cápsulas industrializadas de café, vendidas a preços cada vez mais altos. Em 2012, a importação dessas cápsulas cresceu 27%. É o grão de café brasileiro indo para países industrializados e retornando para o Brasil por um preço triplicado.
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