Expocaccer participa de audiência pública sobre os impactos da broca do café

Reunião aconteceu em Brasília e necessidade da discussão foi levantada no 23º Seminário do Café, em outubro.

Polliana Dias / ASCOM Expocaccer


Os representantes da Expocaccer, Ricardo Bartholo, vice-presidente do Conselho de Administração e Joel Borges, trader; estiveram em Brasília na última quinta-feira, 10 de dezembro, acompanhados do presidente da ACARPA, Marcelo Queiroz e do presidente do Sindicato Rural de Patrocínio, Osmar Nunes Júnior; para participarem da audiência pública que discutiu os impactos da broca do café na cadeia produtiva do Brasil.


A reunião foi fruto do debate promovido durante o 23º Seminário do Café da Região do Cerrado Mineiro promovido pela ACARPA em outubro. Após o evento, foram encaminhadas solicitações às autoridades competentes, como ao Conselho Nacional do Café (CNC) e à Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para a promoção da audiência com vistas a debater o assunto e buscar soluções.


Durante a audiência, os representantes da Expocaccer explanaram sobre os impactos constatados na lavoura e na comercialização do café, de acordo com levantamento anteriormente apresentado no Seminário do Café.


A audiência


Realizada na Câmara dos Deputados, a audiência contou com representantes da cadeia do café, desde cafeicultores, cooperativas, autoridades políticas e indústria. Na oportunidade todos apontaram as dificuldades enfrentadas com o problema e suas consequências.


De acordo com o vice-presidente da Expocaccer, Ricardo Bartholo, a reunião cumpriu seu objetivo, pois “ao reunir entidades importantes no processo de autorização de agrotóxicos no mesmo ambiente para enxergarem a dimensão do problema, pois estavam lá representantes do MAPA, da ANVISA e do IBAMA, que são os três órgãos que precisam dar as autorizações para o uso das moléculas, cada uma em sua área; para que o produto seja liberado, sendo que três segmentos estiveram presentes expondo as suas dificuldades. Dentre eles houve a apresentação da ABIC, das cooperativas com seus levantamentos e a fala do produtor. Em minha exposição abordei como um processo de caráter urgente leva mais de seis meses para ter uma solução apresentada ao cafeicultor. As grandes indústrias com seus representantes assim como as torrefações, além de produtores representando as áreas produtoras de café e deputados, estiveram presentes na audiência, por isso eu senti que houve um comprometimento com o problema, uma vez que as falas dos órgãos competentes sinalizam que há um entendimento do problema e que a solução está a caminho”, avalia.


Em sua explanação, Joel Borges, apresentou os números levantados pela Expocaccer durante as duas últimas safras em que se verificou que dos lotes recebidos, 7% estavam infestados em 2014 e 9% em 2015. Também neste levantamento, foi apontado que deste montante, 72% das amostras eram de pequenos produtores e 28% das amostras de médios e grandes produtores, concluindo-se que a ausência de assistência técnica ocasionou o aumento da broca nas lavouras de pequenos produtores até 18 hectares, dimensionando o problema e seus impactos na cadeia. Foi colocado ainda pelo trader que “o uso de maneira indiscriminada de produtos como o Clorophirifós para o controle da praga, havendo casos em que a aplicação se faz necessária em várias vezes para se obter resultado satisfatório, há o aumento do risco de exposição à saúde humana e ao meio ambiente, logo, a nocividade pode ser ainda maior que a do produto banido do mercado, bem como há aumento do custo para o produtor e o desequilíbrio para outras pragas na lavoura, sendo que este conjunto de fatores afeta a comercialização do café no mercado interno”, declara.


Sobre o problema


A partir de 2013 a broca do café tornou-se motivo de preocupação quando um dos principais produtos utilizados para seu controle foi suspenso do comércio, o Endosulfan. Desde então, os cafeicultores encontram-se em dificuldades para controlar a referida praga que causa inúmeros problemas que vão, desde desequilíbrio das lavouras até a má qualidade dos grãos e da bebida, entre outros problemas. Por conseguinte, essas consequências são também sentidas pela indústria de café e podem chegar até os consumidores.

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