Vender
café para o mercado chinês é um desejo antigo da Expocaccer. O país asiático tem
uma cultura tradicional de consumo de chá, contudo sua alta população é uma das
motivações que fez com que a cooperativa, considerada a segunda maior
exportadora no segmento, vislumbrasse uma oportunidade de inserção de seu
produto na rígida cultura da China.
Após
algumas visitas ao país, poucos negócios haviam sido feitos e sem continuidade e
foi através da última visita realizada à China em setembro de 2012 que o gerente
de negócios da Expocaccer, André Gomes Peres, elaborou uma estratégia de
inserção do café da Região do Cerrado Mineiro no país. “Após a visita, que durou
cerca de um mês, ao mercado chinês, foi elaborado um projeto para vendermos o
legítimo café da Região do Cerrado Mineiro. A partir disto, foi criada uma nova
modalidade de comercialização para entrada e desenvolvimento neste mercado, que
só na cidade de Xangai, maior centro financeiro da China, possui, em média, 40
torrefadores e, por isso, escolhemos este ponto como a nossa base de ação”,
explica Peres.
A
estratégia consiste em uma parceria com uma trading chinesa e um agente de
negócios específico para o desenvolvimento de novos clientes. O trabalho do
agente, Pedro Cunha, no mercado chinês, o qual é brasileiro e vive na China há
alguns anos; é desenvolver a venda do café na modalidade “spot” (mercado físico,
com entrega da mercadoria e pagamento de maneira instantânea) focado no
suprimento das demandas que as cafeterias e torrefações das imediações de Xangai
apresentam.
Para
realização desta nova empreitada comercial, foi embarcado, há menos de um mês, o
primeiro contêiner para a China, contendo quatro lotes de café especiais, os
quais serão depositados em armazéns da cidade de Xangai. “Faremos um trabalho de
já atender clientes como também prospectar os novos consumidores chineses de
café em toda a costa leste da China, a região mais ocidentalizado do país, além
de assessorar os clientes quanto ao uso do café e informações de rastreabilidade
sobre o produtor e fazenda”, conta o agente de negócios. A carga está prevista
para desembarcar na China ainda neste mês de novembro.
De
acordo com Peres, a nova estratégia comercial é pautada em estudos de
comportamento do mercado chinês, cuja mudança ele chama de “ocidentalização” e
acredita que este projeto é a grande porta de entrada dos cafés da Região do
Cerrado Mineiro na China, já elaborando ramificações desta estratégia original
para garantir sua perenidade. “Um dos pontos interessantes neste mercado são as
cafeterias que torram o próprio café e que têm ações de educação ao consumidor,
demonstrando os atributos de cafés de várias partes do mundo. O mercado de café
solúvel ainda é maior na China, entretanto, este foi a porta de entrada do café
no país. Hoje é notável o crescimento de cafeterias, indústrias de café torrado
e moído e para espresso, fator este que pode estar relacionado ao grande número
de estrangeiros na China, os quais começam a mudar a cultura do consumo da
bebida. Esperamos, com este projeto, em um segundo momento, atender de forma on
line o pedido de café e criar uma rede de clientes que demandem pelo legítimo
café da Região do Cerrado Mineiro, ampliando nossa atuação e consolidando os
laços comerciais com a China”, conlcui.