Janaína Oliveira
Repórter
A economia mineira registrou uma expansão de 3,7% em 2006, superando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) atingido pelo país no mesmo período (2,9%). No entanto, a taxa foi inferior às registradas em 2005 e em 2004, quando foram apurados, respectivamente, crescimentos de 4,2% e 4,6%, frustrando a expectativa de uma aceleração mais vigorosa. Os índices de 4,8%, obtidos nos dois últimos trimestres do ano passado, porém, renovam as esperanças de maior dinamismo para 2007. ½Os resultados nos dão uma perspectiva de melhora futura. É possível que Minas cresça até 5% neste ano”, aposta a economista da FJP, Maria de Fátima Almeida Barbosa Gomes.
Todos os setores do Estado contribuíram para que Minas ficasse acima da média nacional. A Agropecuária foi a área que registrou maior expansão (6%), sendo seguida pela Indústria (4,6%) e Serviços (2,1%). Os avanços do setor agropecuário foram obtidos graças às boas performances da bovinocultura de corte (14,9%) e das culturas de café (32,2%) e cana-de-açúcar (26,9%). ½No caso da carne, Minas conseguiu tirar proveito do embargo da União Européia aos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná por problemas relacionados à febre aftosa”, detalha Fátima.
Já no que diz respeito ao café, a economista explica que 2006 foi um ano de safra cheia, quando foram produzidas 22,09 milhões de sacas do produto, quantidade 32% acima da safra anterior, de 16,71 milhões de sacas. Quanto ao outro destaque, a cana-de-açúcar, cuja produção cresceu 26,9%, ela diz que o setor seguiu o excelente desempenho da indústria sucroalcooleiro no país. ½A área plantada aumentou mais de 2O% em várias regiões do Estado”, ressalta a economista Maria Aparecida Sales Santos. Segundo ela, os preços praticados em função das altas cotações do açúcar e do álcool no mercado internacional têm beneficiado as usinas e impulsionado a implantação de outras, principalmente no Triângulo Mineiro.
Em contrapartida, os grãos sofreram queda de 10,8%. Conforme explica Fátima Gomes, a estiagem do início do ano atrapalhou as lavouras de arroz de sequeiro, feijão, mandioca, mamona, sogro e soja, enquanto as chuvas no período da colheita do milho prejudicaram a produção do grão.
No setor industrial, o destaque ficou por conta da extração mineral (8,8%), que há cinco anos consecutivos registra evolução em decorrência das exportações de minério de ferro, e da consistente recuperação da construção civil, que em 2006 experimentou o crescimento mais elevado desde 1997 (6,9%). ½A queda dos juros e as facilidades no financiamento para habitação, em conjunto com os investimentos governamentais como a construção da Linha Verde, impulsionaram o setor”, apontou Aparecida Santos. Já a indústria de transformação ampliou-se em 3,8%, em razão dos veículos automotores (10,6%) e máquinas e equipamentos, com igual evolução.
O menor crescimento ficou a cargo do setor de Serviços (2,1%). A atuação apenas razoável foi creditada ao fraco desempenho dos transportes (0,2%) e à retração da Comunicação (-1,8), fruto da estagnação da telefonia fixa. ½Mas vale lembrar que o método de cálculo não reflete a participação da telefonia móvel no setor”, adverte.