Acostumada a quebrar preconceitos e tabus, ela trocou as mordomias que desfrutava como executiva de uma multinacional para se tornar produtora de café no período de maior seca no País. “É claro que me chamaram de louca e previram meu fracasso”, conta rindo a dona do Café Helena, Maria Helena Monteiro Alves Bastos, 55 anos.
Formada em Ciências Sociais, abriu espaço na área de Recursos Humanos para logo depois assumir a área financeira de uma empresa. “E quando todo mundo pensava que eu iria sossegar, surpreendi com a disposição de trocar da água para o vinho. Dos tailleurs e saltos altos e finos para botas de canos longos e chapelões.”
Decidida a trocar a vida urbana pela rural, Helena reconhece que a tarefa só não ficou ainda mais árdua porque contou com o apoio total das filhas Amanda, 23, e Ilana, 21, e do marido Ricardo. “Ele entrou inclusive com o capital para comprarmos a fazenda de café que pertencera aos meus avós, na região de Araraquara.”
Conta ter começado do zero, já que a fazenda estava praticamente abandonada. “Toda a região já trocara há muito o café por cana e gado. Mas eu quis reviver os áureos tempos do meu avô. Parti para o café.”
Nos três primeiros anos, Helena diz ter visto suas economias escoarem pelo ralo. Mas a plantação deu certo. Ela estocou tudo o que produziu e vendeu no ano passado, quando o preço do café voltou a subir. Agora a meta é chegar ao R$ 1 milhão.
Fonte: Jornal da Tarde – SP