Em análise, o consultor da Sancafé explica que redução do volume é um grande sustentador de preço
Por Carolinne Souza/ Revista Cafeicultura
O mercado de café segue com inúmeras incertezas, além de previsões climáticas nada animadoras para os próximos meses, é possível ver uma quebra de safra em todas as regiões cafeeiras. Na atual safra o grão tem uma peneira menor do que no ano passado, indicando que os grãos não se desenvolveram como esperado, devido as altas temperaturas.
Em análise, o produtor e consultor da SanCafé, Airton Neves de Deus, explica que os preços atuais já possuem um grande reflexo da quebra de safra.
´´Com relação aos preços atuais, já há um grande reflexo desse desequilíbrio, da quebra de safra em curso, nota-se com fluxo menor nos armazéns das cooperativas, embora que o produtor atualmente já mudou a maneira de comercializar, ele tem agora vendas futuras, a troca através do barter, então os produtores normalmente retêm um pouco de café nas propriedades, analisam o que vão fazer, para depois enviar para armazéns´´, afirma Airton.
O produtor ressalta que é inegável que a quebra será considerável, sendo verificada em todas as regiões cafeeiras em que a SanCafé atua. Porém a dificuldade está em se prever o volume de quebra, pois são climas e posições diferentes, assim é possível que haja uma volatilidade na porcentagem de redução por região.
´´Aqui no Sul de Minas a opinião é quase unanime de uma quebra de no mínimo 20%, só se para ter uma ideia a minha particularmente eu creio que não chegue a 15%, eu espero isso e já estamos em fase final de colheita´´ explica o consultor.
Mercado vai continuar em alta?
Uma redução de 15% a 20% é um grande sustentador de preço. O consultor acredita que por volta do mês de outubro quando os trabalhos de colheita estiverem finalizados e projeções de volume e demanda prontos, com a real porcentagem de quebra, o preço ainda suba mais um pouco.
´´ É muito difícil falar até onde o preço pode chegar, mas acredito que ele esbarra um pouco no consumo, à medida que a alta do preço possa influenciar a queda do consumo, seria mais ou menos um limite que a gente poderia prever para que o mercado chega nesse ponto e se acomoda.”
Vender ou não?
Para Airton, vender conforme a necessidade, mostra que o produtor vai administrando suas vendas, garantindo preços firmes mesmo com especulações negativas nas bolsas.
´´Não estou vendo espaço nenhum para queda de preço, e em relação a limite de alta, ainda ta um pouco cedo, mas a gente reafirma que pelas variáveis os preços devem continuar firmes, e evoluir um pouco mais´´, finalizou o produtor.
Confira a análise completa
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