O ex-ministro da Agricultura e atual coordenador do Fórum Mundial Pró-Biocombustíveis, Roberto Rodrigues, sugeriu hoje na Câmara a criação de uma Secretaria Nacional de Bionergia. Ele advertiu que o Brasil ainda não tem uma estratégia global para aproveitar o crescimento do mercado internacional. Rodrigues, que participou do relançamento da Frente Parlamentar Pró-Biocombustíveis, acredita que uma secretaria poderia unificar ações que hoje são desenvolvidas por vários ministérios.
Roberto Rodrigues afirmou que a agricultura desempenhará um novo papel no século 21, sendo responsável também pela geração de energia, além da produção de alimentos. O ex-ministro lembrou, no entanto, que a discussão sobre bionergia deve ser feita a partir dos princípios da sustentabilidade.
O coordenador da Frente Pró-Biocombustíveis, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), também alertou para a necessidade de compatibilizar os projetos para atender a demanda mundial por biocombustíveis com a preservação ambiental, a manutenção da oferta de alimentos e o respeito à s leis trabalhistas.
Atuação integrada
No ato de relançamento, os integrantes das frentes Pró-Biocombustíveis e Ambientalista decidiram atuar conjuntamente. Serão criadas sub-frentes sobre os diversos temas da área ambiental para garantir acompanhamento efetivo de propostas e das discussões sobre meio ambiente no Congresso. Mendes Thame e o presidente da Frente Ambientalista, Sarney Filho (PV-MA), explicaram que o objetivo é agregar os grupos que atuam na a área ambiental no Congresso.
De acordo com Mendes Thame, os deputados vão trabalhar em três vertentes: no aperfeiçoamento da legislação, na destinação de recursos e na conscientização ambiental, devido à tendência mundial de aumento da demanda por biocombustíveis. “Há hoje a expectativa de uma brutal demanda mundial por biocombustíveis e a necessidade de uma oferta ordenada que não atropele a produção de alimentos, as reservas ambientais”, disse. Ele ressaltou ainda que esse processo deve respeitar os direitos trabalhistas e sociais.
Monocultura
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) acrescentou que o Brasil precisa ter cuidado para não se tornar refém de uma monocultura, como ocorreu no passado. “Ele [o País] não pode repetir o que gerou essa situação de atraso, desigualdade, crise e até violência, que foram os ciclos econômicos absolutizados. O País era um imenso canavial antes de ser nação, como colônia. Depois, no império, foi o café. Essa visão é estreita e unilateral.”
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Reportagem – Mônica Montenegro/Rádio Câmara
Edição – Noéli Nobre
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