EVOLUÇÃO DAS PODAS DE CAFÉ E DO SISTEMA SAFRA ZERO EM CAFEZAIS –

No passado, a poda em cafezais era rara. Desde a década de 1970, tornou-se comum para facilitar o manejo e aumentar a produtividade, especialmente com a adoção do sistema safra zero.

Folha Técnica nº 712 – Fundação Procafé

J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé

A prática de podas em cafezais era muito pouco usada no passado, a menos que houvesse geada, quando então era preciso, em muitos casos, cortar as plantas. As lavouras de café, no geral, eram conduzidas sempre a livre crescimento e os espaçamentos usados, mais largos, visavam ter plantas bem altas, pois o seu pequeno número por área precisava ser compensado por plantas ou moitas de plantas, bem frondosas. Em sua grande maioria, as pesquisas realizadas, na época, resultavam em perdas de produção nas plantas podadas, em relação àquelas não podadas.

Na década de 1970 já foram iniciadas indicações de podas, usadas ainda em pequena escala, para corrigir eventuais defeitos na estrutura dos cafeeiros, visando recuperar plantas, ou para adequar as lavouras objetivando facilitar as pulverizações para o controle da ferrugem. Na época se indicava a poda por decote ou a recepa. Apenas se começava a falar da poda de esqueletamento, sendo o Dr Adolpho Chebabi, um dos promotores iniciais desse tipo de poda.

Com o passar dos anos e devido à utilização de espaçamentos com maior número de plantas por área, foi sendo necessário, gradativamente, adotar a poda como mais uma prática normal, agora visando facilitar o manejo nos tratos e na colheita dos cafezais. Nesse novo conceito a poda de esqueletamento passou a ser pesquisada objetivando, inicialmente, recuperar plantas, depois, especialmente nos 10-15 últimos anos, passou a ser usada, em boa escala, para programar a produção, no sistema safra zero.

O sistema de poda safra zero, com o uso de esqueletamento/desponte, visa zerar a safra no ano de baixa e ter safra apenas em ciclo de alta. Este sistema representa um grande avanço, tanto para grandes plantações, onde se colhe mecanicamente, podendo a máquina colhedeira ser usada com mais vigor (maior vibração e menor velocidade), pois danos de ramagem vão ser corrigidos pela sua poda em seguida, como, também, para zonas montanhosas, onde a colheita de plantas poucos produtivas fica muito onerosa.

Assim, a poda do tipo esqueletamento ou desponte tem tido larga aceitação pelos cafeicultores, com uso crescente, devido aos bons resultados que vem apresentando, em termos de produtividade adequada, combinada com facilidades e redução de custos.

Nas fotos podem ser observados os aspectos de cafeeiros logo depois de esqueletados/despontados, retirando a parte terminal de ramos laterais, depois de uma safra alta, e, já, a mesma área, recuperando a ramagem para produzir bem 2 anos após a poda.

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