Logo na abertura do evento, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, destacou a volta do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC).
Porto Alegre, 08 de novembro de 2019 – O 27o Encontro Nacional da Indústria do Café (Encafé), promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) no Transamérica Ilha de Comandatuba, no município de Una, na Bahia, está debatendo nesta semana aspectos ligados ao consumo, à política e à comercialização da bebida.
Logo na abertura do evento, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, destacou a volta do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). O CDPC reúne todos os elos da cadeia café (produção, indústria de café torrado e moído e indústria do solúvel, e exportação), atuando junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), definindo políticas para o setor e contando para isso com o Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira).
Silas Brasileiro destacou que a maior colaboração na criação do CDPC, muitos anos atrás, veio da ABIC. “Tivemos anos difíceis, com 7 ministro da Agricultura nos últimos 16 anos”, afirmou, com o problema de que a cada queda de ministro era necessário começar tudo de novo em termos da política cafeeira. Ponderou que é fundamental uma visão de cadeia para o café. “Vamos trabalhar juntos, porque a cadeia unida pode fazer uma grande diferença”, disse.
Já o diretor de relações institucionais da ABICS (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel), Aguinaldo José de Lima, em entrevista exclusiva ao jornalista Lessandro Carvalho, da Agência SAFRAS, apontou que o consumo brasileiro de café solúvel deve fechar 2019 em 900 mil sacas de 60 quilos, com aumento de 3,6% contra 2018. O consumo do solúvel no Brasil representa cerca de 5% do total de café consumido pelo país. A taxa de crescimento média nos últimos 3 anos foi de 3,2% ao ano. Para 2020, se espera um incremento no consumo interno maior, podendo chegar e passar de 5%, aponta o diretor. Ele indica que há muito otimismo com o mercado interno. Para isso, ele afirma que o café solúvel vai atacar mais o mercado interno com novidades, programas de marketing, para aumentar o consumo de solúvel no Brasil.
“Sendo o país o segundo maior consumidor do mundo e com o solúvel representando só 5% disso, temos muita oportunidade aqui, se os nossos consumidores entenderem que essa é uma alternativa de consumo. Não é para deslocar o consumo do torrado e moído, tem espaço para todos, para cápsulas, espresso, café de coador, e o solúvel seria mais uma opção para determinados públicos e determinadas circunstâncias da vida, como a questão da rapidez, praticidade e da versatilidade que o café solúvel proporciona”, afirma.
Já o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sílvio Farnese, disse que o Brasil não vai conseguir chegar em 2020 ao volume colhido de café recorde da safra de 2018. “O clima não está essa maravilha toda”, afirmou, após um período de preocupação com a falta de chuvas em áreas produtoras, embora recentemente o regime de chuvas tenha melhorado para as floradas e pegamento das floradas. Assim, segundo Farnese, o país não deve ter condições de atingir as 61,657 milhões de sacas de 60 quilos colhidas em 2018, quando o país colheu uma safra recorde, segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Mapa). A safra de 2019 ficou em 48,99 milhões de sacas, com queda de 20,5% contra 2018.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS