Evento aborda indução de resistência e controle de doenças

20 de setembro de 2010 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Evento aborda indução de resistência e controle de doenças
Blog PEC/Café
20/09/2010


Na semana passada, de 14 a 16, pesquisadores, professores, estudantes, extensionistas, produtores e profissionais ligados a indústria de fertilizantes e defensivos se reuniram na Universidade Federal de Lavras (UFLA) para o 10º Simpósio de Controle de Doenças e 5ª Reunião Brasileira sobre Indução de Resistência em Plantas. Com a organização do Departamento de Fitopatologia (DPF) e do Núcleo de Estudos em Fitopatologia (NEFIT), o evento possibilitou a aproximação da academia com o mercado, enfatizando novas aplicações para o setor produtivo.
 
De acordo com o coordenador do evento, professor Mário Lúcio Vilela de Resende, a participação de empresas sinaliza para uma tendência de expansão do segmento de produtos menos agressivos ao ambiente e ao homem. Num contexto de valorização do respeito sócio-ambiental, as empresas estão atentas aos rumos das pesquisas sobre indução de resistência. “O desafio é fazer as tecnologias saírem das casas de vegetação para serem testadas no campo”, destaca o professor, reforçando que certamente novas pesquisas surgirão depois da articulação promovida pela reunião.
 
Além da apresentação dos resultados sobre o manejo sustentável de doenças de plantas, o encontro serviu para aproximar os grupos de pesquisa, tanto nacionais como de instituições internacionais que participaram do evento. O fortalecimento desta temática poderá ajudar o Brasil a sair da indesejada estatística de maior consumidor de defensivos do mundo, por meio de alternativas que privilegiem as fontes naturais de indução de resistência. Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as pesquisas desenvolvidas no Brasil, Inglaterra, Bélgica, Suíça, Holanda e Estados Unidos, ainda com a participação de outros países da América Latina.
 
Café em foco – Em sua apresentação, Mário Lúcio ressaltou as ações desenvolvidas no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Café (INCT/Café), que apresenta resultados em 14 linhas de pesquisa, com enfoque biotecnológico e inovador. Participam do INCT/Café 62 pesquisadores das instituições de pesquisa signatárias do projeto: UFLA, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Embrapa Café, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
 
O desenvolvimento do composto indutor de resistência a doenças com o aproveitamento de resíduos da cultura do café é um dos projetos de pesquisa que já colhe resultados satisfatórios para o controle da ferrugem, cercosporiose e phoma. O produto, aguardado como alternativa, sobretudo, para o cultivo orgânico, está em fase de padronização da matéria prima e em negociação para a comercialização em larga escala.  Mário Lúcio também ressaltou os resultados do produto bioprotetor da qualidade do café à base do Cladosporium cladosporioides, conhecimento como o fungo do bem. O produto vem sendo desenvolvido pela equipe da pesquisadora da EPAMIG, Sara Maria Chalfoun, o pesquisador Marcelo Cláudio Pereira e pelo professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Carlos José Pimenta.
 
Durante o encontro, o professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Fabrício Ávila Rodrigues, explanou sobre as pesquisas que conduz no Laboratório de Interação Planta-Patógeno da UFV, destacando o papel da nutrição mineral na potencialização da resistência de plantas a patógenos. No caso do café, os resultados apontam que o silício (SI) usado na pulverização foliar cria uma camada de silicato que serve como barreira mecânica externa, inibindo a proliferação de patógenos. Utilizado no solo, o silicato de cálcio, subproduto da produção de ferro e aço, passa a ser importante indutor de resistência à patógenos que atacam as raízes, como nematóides. Rodrigues observa: “Alguns produtores de café já utilizam o silicato como alternativa ao calcário, que tem jazidas naturais esgotáveis como fonte”.

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