O representante de Comércio americano, Rob Portman, disse que tanto a União Européia como o G20 precisam apresentar planos para destravar as negociações para liberalização do comércio no setor agrícola e tornar possível um acordo antes da reunião de cúpula da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Hong Kong, em dezembro.
“A próxima semana vai ser decisiva. Se não chegarmos a um acordo logo vai ser muito difícil chegar a um acordo em Hong Kong e a uma conclusão bem sucedida da Rodada de Doha”, afirmou Portman numa entrevista coletiva por telefone, em Washington.
Portman disse que a União Européia precisa apresentar uma proposta para aumentar o acesso ao mercado agrícola da região para outros países. Ele também cobrou uma maior abertura dos países do G20, liderado pelo Brasil.
“Os países menos desenvolvidos não precisam fazer nada, mas os emergentes, representados pelo G20, precisam reduzir as tarifas de importação entre eles e dar mais acesso a outros países”, afirmou Portman, lembrando que os Estados Unidos têm déficit comercial no setor agrícola com a União Européia e países como Índia e Brasil.
Portman disse considerar o desbloqueio da questão agrícola como essencial para o sucesso da reunião de Hong Kong, na segunda semana de dezembro. Uma nova reunião sobre o assunto está marcada para a próxima semana, em Genebra, com a participação de Estados Unidos, União Européia, Brasil, Índia e Austrália.
Proposta americana
Os Estados Unidos apresentaram na semana passada, numa reunião em Genebra, um plano de redução em 60% dos subsídios à exportação, com a condição de que União Européia e Japão façam o mesmo e que os outros países abram mais seus mercados.
A União Européia ofereceu uma redução de 70% nos subsídios a exportações, mas não ofereceu o acesso a mercados que agradasse aos americanos.
“Estou decepcionado que não houve ainda propostas para a abertura dos mercados, mas otimista de que estamos fazendo progressos”, afirmou Portman.
O G20 apresentou uma proposta pedindo uma redução maior nos subsídios domésticos americanos. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a proposta americana era positiva no plano político, mas ainda não era suficiente.