Itu.com.br – Economia & Negócios
10/08/2010
Leandro Sarubo
Uma pesquisa elaborada pelo campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) examinou os fatores relacionados ao uso do contrato futuro na cafeicultura brasileira. A pesquisa, do docente José César Cruz Júnior, teve início em janeiro de 2010 e terá duração de três semestres.
Segundo o docente, a prática do contrato futuro consiste nos negócios em que uma das partes se compromete a vender e a outra a comprar um determinada mercadoria por um preço específico a ser cobrado em uma data posterior. \”Um agricultor possui café estocado em Julho de 2010. Ele vende contratos futuros de café na Bolsa de Mercadorias e Futuros da Bovespa pelo preço de R$ 150 a saca com vencimento em agosto. Mesmo se o produto for desvalorizado no mercado, o produtor irá receber de acordo com o valor dito anteriormente\”.
Júnior aponta que a opção por pesquisar o contrato futuro busca averiguar se o produtor de café conhece ou não esse tipo de negócio e avaliar a influência na decisão de adotá-lo no futuro como técnica de gerenciamento do risco de preço por parte dos cafeicultores.
No doutorado, concluído em 2009, César Cruz desenvolveu uma pesquisa semelhante a esta, mas a análise tratou do uso do contrato futuro por produtores de milho. Foram avaliados 90 produtores e a maioria alegou que não negociava esse tipo de contrato por não possuir informação suficiente sobre o mercado. De acordo com o pesquisador, a conclusão do trabalho apontou que o efeito de excesso de confiança dos produtores brasileiros pode, parcialmente, explicar o baixo uso do mercado futuro de milho para garantir a proteção de preço do produto.
César Cruz acredita que o resultado da pesquisa com produtores da café será semelhante a dos produtores de milho, mas revela que o questionário atual é mais extenso e pode ampliar as conclusões. O estudo atual é desenvolvido em parceria com os professores Maria Sylvia Macchione Saes, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, e Rodrigo Lanna Franco da Silveira, do Instituto de Economia (IE) da Unicamp.