Estudo encontra inseto morto em café da Melitta, empresa se posiciona

Além da presença de um inseto morto, foram identificadas também 13 fragmentos de inseto

17 de agosto de 2017 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: Por Júlia Miozzo Infomoney

SÃO PAULO – Um teste de segurança alimentar feito pela associação de consumidores PROTESTE encontrou, na primeira fase da análise, um inseto morto em uma amostra de café da Melitta, uma das marcas mais consumidas do país. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (17).


Além da presença de um inseto morto, foram identificados também 13 fragmentos de inseto; “Isso mostra que pode ter havido falhas no processo de produção, manipulação ou armazenamento do produto”, informou a Proteste em comunicado.


Foram analisadas amostras de oito marcas de café e farinha de trigo: de café, a Caboclo, Pilão, Melitta e 3 Corações; e de farinha de trigo, Dona Benta, Renata, Sol e Rosa Branca. “De acordo com os resultados, as marcas Caboclo e Pilão não apresentaram matérias estranhas macroscópicas e nem microscópicas. O café 3 Corações apresentou 15 fragmentos de insetos em 25g de amostra, mas está de acordo com a legislação”, disse a associação.


De acordo com a associação, os testes foram feitos com base no regulamento técnico da Anvisa, respeitando os limites máximos de tolerância de presença de matérias “estranhas macroscópicas e microscópicas”, tal como os requisitos mínimos para avaliação.


A Agência estabelece que, em cafés, é tolerável somente 60 fragmentos de insetos em 25g de amostra, não a presença de um inseto inteiro.


No caso da análise de amostras de farinha de trigo, a Proteste afirma que foram encontrados fragmentos de insetos em todas as marcas e que, das quatro, três estão em conformidade com o estabelecido pela Anvisa: a marca Renata apresentou 33 fragmentos em 50g de amostra; a Dona Benta, 3 fragmentos de inseto em 50g de amostra; e a Rosa Branca, 5 fragmentos na mesma amostra.


A única marca fora do padrão da Anvisa é a Sol, em cuja amostra foram encontrados 25 fragmentos de insetos e 1 pelo de roedor, presença que não é aceita em farinhas de trigo pela regulamentação da Agência.


Procurada pelo InfoMoney, a Melitta afirmou que:


“Em relação aos testes realizados pelo Instituto Proteste com um lote especifico do café em pó Tradicional embalagem Pouch 500g da Melitta do Brasil, a empresa afirma que desconhece os procedimentos utilizados para o teste dos produtos e reitera que prima pela qualidade, atende e respeita todas as regras da legislação aplicada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A marca tem como prioridade entregar a excelência no produto final e, para isso, possui diversos processos de controle, além de certificados que comprovam o alto nível de qualidade em seus processos, como o Selo de Pureza ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café), o Certificado ISO 9001 de gestão de qualidade, o Programa de Qualidade do Café da ABIC e o Programa de Boas Práticas de Fabricação.
A empresa afirma ainda que realiza análises periódicas com laboratórios independentes certificados e que em nenhum momento foram encontradas as irregularidades divulgadas pelo Instituto Proteste. Por respeito e responsabilidade ao consumidor, a Melitta do Brasil vai recolher o lote em questão para refazer as análises.”


 A Sol, por sua vez, enviou o seguinte posicionamento:


“A J.Macêdo, fabricante da farinha de trigo Sol, tem laudos de laboratório credenciado pela ANVISA (anexos) que atestam não ter sido identificada nenhuma inconformidade no mês de produção indicado pelo número parcial de lote divulgado pela Proteste. O mesmo vale para os meses anteriores e posteriores ao fato, no que se refere à presença de materiais estranhos. A J.Macêdo tem contraprovas dos lotes de produção e já os submeteu a exame em laboratório externo credenciado pela ANVISA, a fim de resguardar e dar a seus consumidores a garantia de seu rigor em relação aos seus procedimentos de fabricação.

 A J.Macêdo afirma com base no número parcial de lote divulgado pela Proteste que nenhum lote produzido no mês em questão apresentou problemas, de acordo com os laudos citados acima. A Proteste também não comunicou a sua metodologia de amostragem, nem condições de armazenamento e coleta e nem se o laboratório que executou o teste é credenciado pela ANVISA.

Todas as unidades da J.Macêdo seguem rígidos controles de qualidade e rotinas de análise sistemática, com procedimentos de boas práticas de fabricação e controle de pragas minucioso. Se por algum motivo um produto se apresente fora da especificação, o lote inteiro do qual ele faz parte é descartado, conforme as regras da ANVISA e as melhores práticas de segurança alimentar.”


A empresa também nos enviou os laudos, que certificam os testes de segurança dos lotes da empresa e foram emitidos pelo laboratório Cerelab, credenciado pela Anvisa.


Nova atualização – dia 14 de setembro

No final de agosto, a J.Macêdo publicou uma nova nota em que apresenta a contraprova do lote que a Proteste havia apontado como contaminado. A empresa apresentou laudos da época de fabricação do produto e também da contraprova que comprova a integridade da farinha Sol. As imagens dos laudos podem ser encontradas aqui.


Leia a seguir, na íntegra, a última nota de esclarecimento emitida pela J.Macêdo:


“São Paulo, 25 de agosto de 2017 – A J.Macêdo, fabricante da farinha de trigo Sol, informa que após obter a informação do número do lote nº 04217 109/17 utilizado pela Proteste, enviou imediatamente a contraprova deste lote para um laboratório externo credenciado pela ANVISA que, após analisar o material, emitiu laudo (abaixo) comprovando que o produto está em perfeita conformidade com as exigências da agência reguladora. É particularmente importante ressaltar que nenhum material estranho que levasse o produto a ser considerado impróprio para consumo foi identificado. A J.Macêdo decidiu vir novamente a público para divulgar o resultado da contraprova a fim de dar satisfação a seus consumidores de seu rigor em relação aos seus procedimentos de fabricação e à qualidade de seus produtos.

A empresa já tinha apresentado em 17 de agosto os laudos de laboratório credenciado pela ANVISA (veja neste link) atestando não ter sido identificada nenhuma inconformidade quanto à presença de materiais estranhos no mês de produção indicado pelo número parcial de lote divulgado inicialmente pela Proteste, bem como dos meses anteriores e posteriores ao fato.

O resultado da contraprova reafirma que, com base no número de lote divulgado pela Proteste, nenhum lote produzido no mês em questão, inclusive o lote indicado, apresentou problemas, como inequivocamente comprovado pelos laudos citados. Vale ressaltar que a J.Macêdo contratou para a realização dos laudos laboratório externo credenciado pela ANVISA com certificação ISO 17025, o que atesta a sua credibilidade e confiabilidade. A Proteste até o momento de publicação deste esclarecimento não informou a sua metodologia de amostragem, as condições de armazenamento e coleta e nem se o laboratório que executou o teste é credenciado pela ANVISA.
Uma vez mais, a J.Macêdo informa que todas as unidades seguem rígidos controles de qualidade e rotinas de análise sistemática, com procedimentos de boas práticas de fabricação e controle de pragas minucioso. Se por algum motivo um produto se apresentar fora da especificação, o lote inteiro do qual ele faz parte é descartado, conforme as regras da ANVISA e as melhores práticas de segurança dos alimentos.”


Fonte: http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/consumo/noticia/6896392/teste-encontra-inseto-morto-cafe-melitta-empresa-posiciona

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