Estudo desenvolvido na UFLA apresenta conceito e aplicações sobre a “Terceira Onda do Café”

O consumo mundial de café passa por mudanças e evoluções, diante disso novos hábitos e tendências de consumo caracterizam um movimento chamado de “Terceira Onda do Café”.

Por: Vanessa Trevisan | InovaCafé

O consumo mundial de café passa por mudanças e evoluções, diante disso novos
hábitos e tendências de consumo caracterizam um movimento chamado de “Terceira
Onda do Café”. Desenvolvida pela mestranda do Programa de Pós-Graduação em
Administração (PPGA) da UFLA, Elisa Reis Guimarães, a pesquisa pode contribuir
para a compreensão e discussão acerca da Terceira Onda no Brasil, uma vez que
tal conceito ainda é pouco difundido e compreendido de forma distinta pela
grande maioria dos profissionais.


A definição de um conceito amplo, que compreenda todos os elos da cadeia,
pode facilitar o debate sobre o tema e promover discussões mais aprofundadas,
que sejam benéficas a todos os elos, bem como contribuir com a construção de
conhecimentos sobre a Terceira Onda, assunto ainda escasso na literatura. “A
pesquisa também conta com grande interesse prático, sendo valiosa na elaboração
tanto de políticas públicas quanto de estratégias empresariais, voltadas ao
aumento do público consumidor de cafés especiais, bem como à expansão deste
movimento no país e no estado de Minas Gerais”, ressalta o orientador da
pesquisa, prof. Luiz Gonzaga de Castro Junior, diretor da Agência de Inovação do
Café (Inova Café).


ONDAS



De acordo com a pesquisa, existem três movimentos, também chamados de
‘ondas’, influenciando o mercado de café, cada um com seu próprio conjunto de
prioridades e filosofias e com contribuições diferentes para a experiência de
consumo. A mestranda que também é coordenadora do Bureau de Inteligência
Competitiva do Café, projeto desenvolvido pelo Centro de Inteligência em
Mercados (CIM) da UFLA, explica que a “Primeira Onda” estaria ligada ao aumento
exponencial do consumo de café e a revoluções no processamento e comercialização
do produto, até então de baixíssima qualidade. A “Segunda Onda” teria surgido
como reação ao movimento anterior, sendo responsável pela introdução do conceito
de cafés especiais e de origem produtora, bem como pela popularização do café
espresso e do consumo da bebida em cafeterias. Por fim, a “Terceira Onda”
estaria ligada à percepção do café como produto artesanal, diferenciado por
inúmeros atributos, como qualidade, origem, torra e método de preparo, e
comercializado de forma mais direta entre os elos da cadeia.


Para o desenvolvimento do estudo, a pós-graduanda utilizou ampla pesquisa
bibliográfica aliada a uma análise de conteúdo, de forma a estabelecer uma base
conceitual para o tema, posteriormente entrevistando proprietários de cafeterias
mineiras e inúmeros profissionais respeitados no mercado de café, de forma a
compreender a forma de adoção da Terceira Onda em nível nacional e
estadual.
“Referência em pesquisa sobre o sistema agroindustrial do café, a
UFLA contribui, mais uma vez, com a cafeicultura nacional, pois este estudo
poderá contribuir com cafeicultores, torrefadoras, cafeterias e consumidores, já
que os resultados servirão como orientação para o sucesso de cada um desses elos
da cadeia”, afirma Gonzaga.


A pesquisa contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES), da Agência de Inovação do Café, do Centro de
Inteligência em Mercados (CIM/UFLA) e do Bureau de Inteligência Competitiva do
Café.


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