Agência Hélice – Especial para o Universia
07/11/2011
Pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) analisou a exposição do cafeeiro em produção a metais pesados existentes no biossólido resultante das estações de tratamento de esgoto. O estudo verificou a tolerância da planta a cádmio, níquel, zinco e manganês, se há acúmulo preferencial nos frutos e os efeitos na qualidade do café servido como bebida. Apesar de as análises indicarem baixa acumulação de metais no cafeeiro e sua ausência no café preparado, o monitoramento do solo não deve ser descartado.
No estudo, plantas de cafeeiro com oito anos de idade foram exposta às doses crescentes de cádmio, níquel e zinco. Essas plantas foram avaliadas quanto ao crescimento, produção e respostas antioxidativas, bem como alterações em alguns componentes responsáveis pela formação da qualidade da bebida do cafeeiror. Ao longo do experimento também foram coletados ramos, folhas e frutos para quantificação dos metais pesados ali presentes.
Os maiores teores de zinco foram determinados nos ramos, folha e fruto, para o cádmio a ordem foi ramo, fruto e ausência na folha, e no níquel a ordem foi folha, ramo e grãos. A produtividade média de duas safras do cafeeiro não foi prejudicada pelas doses de níquel, mas diminuiu na maior dose de zinco e nas maiores doses de cádmio.
Segundo a pesquisa, a composição mineral dos grãos não foi afetada pela aplicação dos metais. Em relação a infusão da bebida não foram detectados metais pesados, exceto para o manganês. A prova de xícara da bebida do café beneficiado apresentou bebida dura (aceitável) em todos os tratamentos, porém nas maiores dose de cádmio e níquel, a bebida apresentou gosto adstringente, ácido e metálico.