Na concentração de esforços para maximizar a lucratividade da cultura do café, devem constar iniciativas que contribuam para o incremento do índice de produtividade, melhoria da qualidade do produto e redução dos custos de produção.
Para o incremento do índice de produtividade correspondente ao aumento da produção de café por área plantada, deve ser respaldada pela adoção de tecnologias como uso de variedades promissoras, espaçamentos adensados, dobra da lavoura, aplicação de insumos e utilização da irrigação. Este incremento na produtividade só se consegue com a aplicação de técnicas adequadas ao sistema de produção, as quais são geradas ou adaptadas pela pesquisa, exigindo a compatibilidade das condições do produtor e de sua lavoura. Além disso a familiaridade de se efetivar as práticas normais de condução da lavoura, aliada ao conhecimento das características fisiológicas da planta, se constituem elementos fundamentais no reforço do alcance deste objetivo.
A busca pela melhoria da qualidade do produto, torna-se importante principalmente pelo fato da ocorrência de risco de se perder mercado, caso não seja adotada nenhuma estratégia em prol desta conscientização e de realização de ações práticas adequadas na execução de manejo, ajuste no sistema de colheita e afinado preparo e beneficiamento do produto. Deve-se evitar atitudes como antecipação da colheita, misturar frutos colhidos em diferentes fases de maturação, deixar o café colhido amontoado na lavoura fermentando e não recolher os grãos que ficaram na planta e no chão. A secagem do café não deve ser realizada em terreiro de chão batido e não deixar o produto amontoado sem a devida reviração. Em fim, preparo do café será melhor realizado por via úmida, cujo processo contribui para uma boa separação de grãos e maior eficiência na operação de secagem, quer seja em terreiro de cimento ou secador. O beneficiamento do produto juntamente com o conhecimento de sua classificação, possibilitará a credibilidade de maior valor de venda.
A redução dos custos é traduzida pela racionalização no uso dos fatores de produção, tendo o máximo de aproveitamento. Espaçamentos adequados das plantas e manejo apropriado do solo através do recurso da mecanização, permitirão melhor uso e conservação da terra com influências na economia de capital e serviços. A realização de levantamento e análises prévia do solo e das plantas, indicarão a recomendação correta da aplicação de defensivos e fertilizantes cujos recursos serão priorizados para sua aquisição, devendo-se fazer pelo menor preço através da pesquisa de mercado ou compra de forma associativa. Os serviços deverão ser planejados e melhor alocados, havendo um direto acompanhamento na execução das atividades, contribuindo para maior eficiência e menos desperdícios.
Julio Cesar Freitas Santos/Pesquisador Fitotecnista
Embrapa Café/Epamig Patrocínio