Já os conflitos no Mar Vermelho e incertezas sobre as tarifas de importação americanas adicionam volatilidade ao mercado
Por Rabobank
Em março, o Brasil exportou 3,3 milhões de sacas de café (60kg), uma redução de 4% em relação ao mês anterior e uma queda de 25% comparado a março de 2024. No primeiro trimestre de 2025, as exportações totalizaram 10,7 milhões de sacas, 11% a menos do que no mesmo período de 2024. Conforme previsto, essa desaceleração é atribuída à entressafra e aos estoques locais reduzidos. A situação pode melhorar com a entrada da nova safra brasileira 2025/26 a partir de junho ou julho.
Em abril, a relação de troca permaneceu estável, exigindo 1,1 sacas de café (60kg) para comprar 1 tonelada de fertilizante (blend 20-05-20). Isso representa uma redução de 36% em relação ao mesmo período do ano passado, quando eram necessárias 1,7 sacas.
Os preços domésticos do café caíram ligeiramente em março, com o arábica registrando uma queda média de 3,2% e o conilon de 2,3% em relação ao mês anterior. Em abril, a tendência de queda continuou, com os preços médios do arábica caindo 2,6% e os preços do conilon caindo 15,9% em comparação a março. Apesar disso, os preços permanecem elevados, com alta de 104% para o arábica e 54% para o conilon em comparação a abril de 2023.
Estoques baixos e oferta limitada sustentam os preços, enquanto conflitos no Ma Vermelho e incertezas sobre as tarifas de importação americanas adicionam volatilidade ao mercado. Os preços do arábica caíram 6% entre o “Liberation Day” e o anúncio da pausa de 90 dias, depois subiram 5% após o anúncio da pausa de 90 dias (até 16 de abril). Além dos fundamentos do mercado, fundos não comerciais têm sido ativos no mercado de café arábica da ICE, aumentando ainda mais a volatilidade.
Após o Crop Tour realizado entre fevereiro e março, o Rabobank estima a safra 2025/26 em 62,8 milhões de sacas, uma queda de 6,4% em relação ao ciclo anterior. Espera-se que a produção de arábica diminua significativamente em 13,6%, enquanto o robusta deve atingir um recorde de 24,7 milhões de sacas, crescendo 7,3%. O clima seco em 2024 afetou significativamente o pegamento da florada e, consequentemente, a produção de café arábica. No entanto, estima-se excelentes produtividades para o café robusta, apesar de uma perspectiva pessimista para o estado de Rondônia.
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